'Chora a bola': imprensa mundial se curva ao 'Rei' Pelé
07:54 | Dez. 30, 2022
"Pelé": quatro letras se repetem na imprensa mundial para se despedir do craque brasileiro que faleceu na quinta-feira (29), aos 82 anos, entrando para a história como alguém que foi além do esporte, cuja lenda, segundo muitos, é "imortal".
Suas imagens cobrem os noticiários, as redes sociais e as capas de todo planeta. "Morre Pelé, o imortal Rei do Futebol", escreveu o site do jornal O Globo, junto com o editorial "Jamais haverá ninguém que se compare a Pelé".
"O futebol perde seu rei", é a capa do Estadão, junto com uma fotografia em preto e branco de Pelé vestindo a "10".
Junto com outra imagem em preto e branco, neste caso de Pelé comemorando sem camisa a vitória na Copa do Mundo de 1970, a Folha de S. Paulo destacou que o jogador "mostrou o poder do esporte e deu novo limite à fama".
Rivalidades históricas à parte, a Argentina, pátria de Diego Maradona e Lionel Messi, também se rendeu ao "primeiro grande astro do futebol mundial".
"Chora a bola: Pelé morreu", foi a manchete do site do jornal esportivo Olé.
"Para além da rivalidade que existe entre Argentina e Brasil, ninguém pode duvidar que Pelé foi um dos maiores jogadores de futebol da história, para muitos, o melhor, acima de Diego Maradona e Lionel Messi", diz.
No México, a imprensa optou pela imagem de Pelé comemorando seu tricampeonato no estádio Azteca, sobre os ombros dos companheiros, de torso nu e sombrero.
"Luto no futebol", foi a manchete do El Universal. Na seção de esportes La Afición do jornal Milenio, destaca-se um depoimento do jogador sobre seu amor pela nação asteca: "Só me faltou ir à Lua (...), mas um lugar que não esqueço é o México".
"O 'Rei' Pelé morre e deixa um vazio no mundo do futebol", disse o equatoriano El Comercio de Quito, enquanto o Universo, de Guayaquil, apresentou-o como "o jogador de futebol sobrenatural".
A lenda brasileira também ocupou espaços de destaque em jornais da Costa Rica, de El Salvador e do Peru, que relembram as passagens de Pelé por seus respectivos países.
Nos Estados Unidos, o jornal The New York Times evocou o falecimento do "rosto global do futebol" que "ajudou a popularizar o esporte" no país durante sua passagem pelo Cosmos New York (1975-1977).
"O Brasil e o mundo estão de luto: só havia um Pelé", escreveu The Washington Post.
Sua jornalista Liz Clarke destacou seu outro apelido, "O Pérola Negra", que "evoca melhor a rara inteligência que ele valorizava".
Na França, L'Équipe dedicou 22 páginas especiais a Pelé, nas quais o repórter Vincent Duluc também elogiou seu talento.
"Por trás da tristeza, se esconde a alegria de tê-lo visto jogar, de tê-lo visto dançar, mesmo em imagens antigas, e de ter visto como ele deu outro sentido ao esporte mais universal do planeta", escreveu.
E quem é o maior? Para o francês Le Monde, Pelé é "o monarca absoluto da bola redonda".
"O Rei. O rei, simplesmente. Com todos os seus atributos. Sua coroa jamais será contestada, nem por Cruyff, Platini, Maradona, Zidane, Messi, ou Cristiano Ronaldo", escreveu seu jornalista Bruno Lesprit.
Na Alemanha, o editor de esportes do tabloide Bild também aposta no brasileiro. "Pelé era melhor que Messi, Maradona e Ronaldo juntos", escreveu.
"Pensava que Messi era o melhor de todos os tempos, mas agora percebo que era Pelé", afirma o escritor John Carlin, no britânico The Times.
"Pelé sempre será associado ao 'jogo bonito' e, razoavelmente, ninguém jogou-o de maneira mais bonita do que ele", disse Phil McNulty, no obituário publicado pela BBC.
Reflexo de sua fama mundial, os elogios surgem dos cinco continentes.
"Lenda absoluta", escreveu o Aujourd'hui marroquino.
"Pelé, a 'pérola negra' que encantou o mundo, se foi", noticiou o Times of India.
A Espanha, que presenciou Messi, Maradona, Cruyff, Zidane, Ronaldo e Alfredo di Stefano em campo, também se curvou ao talento do brasileiro.
"PELÉ, nunca antes quatro letras foram tão grandes", escreveu o jornal esportivo Marca, o mais lido do país, em sua primeira página.
Em seu site, postou um vídeo que "demonstra que as grandes jogadas de Cruyff, Zidane, Messi... foram inventadas por Pelé".
Na mesma linha, o El País, jornal de referência na Espanha: "Pelé, o futebol mundial em quatro letras", escreveu o cronista José Sámano.
"Tudo em Pelé era mágico, o que ele fazia, entronizava-o; o que ele deveria fazer, endeusava-o", diz.
O esportivo As dedicou sua capa a um retrato dos pés de Pelé feito pela respeitada fotógrafa Annie Leibovitz: "O Rei, 1940-2022".
No jornal italiano La Stampa, o jornalista Matteo Giusti retomou, em seu artigo, uma citação atribuída ao escritor brasileiro Jorge Amado: "Se o futebol não se chamasse assim, teria que se chamar Pelé".
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