Medalhista bielorrussa opositora a Lukashenko é condenada à revelia
A medalhista olímpica na natação Aliaksandra Herasimenia foi condenada a 12 anos de prisão em Belarus, em um processo que transcorreu à revelia, acusada de criar "uma formação extremista" - anunciou a associação de defesa de direitos Viasna nesta segunda-feira (26).
Herasimenia, de 36 anos, foi condenada por um tribunal de Minsk, ao fim de um processo iniciado em 19 de dezembro, informou a Viasna.
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Bicampeã olímpica, com uma prata em 2012 e um bronze em 2016, a nadadora se aposentou em 2019 e hoje vive no exílio.
Segundo esta ONG, a atleta também foi declarada culpada por ter feito "convocações por sanções contra Belarus", assim como por "divulgar 'fake news' sobre acontecimentos" ocorridos no país em 2020, durante os protestos sem precedentes contra a reeleição do presidente Alexandre Lukashenko, no poder desde 1994.
Herasimenia também assinou uma carta aberta junto com outros atletas de seu país, exigindo "eleições livres", e criou a Fundação Bielorrussa para a Solidariedade Esportiva, que ajuda financeira e legalmente atletas bielorrussos perseguidos pelas autoridades. A entidade é considerada uma "formação extremista" pelo governo.
Em abril de 2021, a nadadora leiloou, por 13.500 euros, a medalha de ouro obtida no Mundial de 2012 para angariar fundos para ajudar os atletas opositores a Lukashenko.
Há mais de dois anos, as autoridades bielorrussas conduzem uma repressão implacável contra qualquer movimento contrário ao governo de Lukashenko, razão pela qual a maioria das figuras da oposição está presa, ou vive no exílio.
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