Greve geral e protestos após a morte de prisioneiro palestino em Israel
Uma greve geral foi convocada nesta terça-feira (20) na Cisjordânia ocupada e manifestações foram realizadas nas principais cidades palestinas após um palestino preso por 20 anos em Israel morrer de câncer.
Os serviços de cárcere israelenses anunciaram pela manhã a morte de Nasser Abu Hamid, 50 anos, em um hospital perto de Tel Aviv. Ele estava preso desde 2002 e foi condenado à prisão perpétua por "assassinato e tentativa de homicídio" durante a segunda Intifada (2000-2005).
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As lojas de Ramallah, Nablus, Hebrom e Belém fecharam após o anúncio da morte desta figura do Fatah, movimento laico do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
As escolas mandaram os alunos para casa em várias cidades e os atos de protesto se multiplicaram, verificaram os jornalistas da AFP.
Naser Abu Hamid foi diagnosticado com câncer de pulmão no ano passado e recebeu tratamento em hospitais israelenses.
Neste terça-feira, no entanto, autoridades palestinas, inclusive o primeiro-ministro Mohamed Shtayyeh, acusaram Israel de "negligência" em seus cuidados.
Esta morte é "um crime grave" contra os "presos" e contra o "povo palestiniano", concordou o Hamas, movimento islâmico rival do Fatah. Esta organização está no poder da Faixa de Gaza, onde também houve manifestação.
Cinco irmãos da família Abu Hamid foram presos em Israel pelo papel desempenhado nesta segunda onda de violência, e um sexto morreu em 1994 durante confrontos com o exército israelense.
Naser Abu Hamid foi o primeiro dos ex-assessores de Marwan Barghouti a ser chamado para testemunhar durante o julgamento em 2003 deste líder palestino do Fatah. Hoje, está preso em Israel pelo envolvimento nos ataques anti-israelenses durante a segunda Intifada.
"Isto não é um tribunal. Não estou disposto a participar disso. Só falarei perante um tribunal internacional", disse na época, em hebraico.
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