Após críticas, Twitter reativa contas de jornalistas suspensas

Autor DW Tipo Notícia

União Europeia ameaçou sancionar Musk após suspensão de contas de jornalistasReativação de perfis ocorre após anúncio de Elon Musk. Governos de vários países e ONU condenaram a suspensão e União Europeia ameaçou bilionário com sanções.O Twitter começou neste sábado (17/12) a reativar as contas de jornalistas dos Estados Unidos que foram suspensas no dia anterior. A reativação ocorreu após o novo dono da plataforma, Elon Musk, afirmar que pretendia reverter a decisão que suspendeu os perfis e gerou uma onda de críticas de entidades da sociedade civil, de organizações da imprensa, políticos, governos e da ONU. "As pessoas falaram. As contas que publicaram a minha localização terão a sua suspensão suspensa agora", escreveu Musk, na madrugada de sábado. Segundo uma verificação da agência de notícias Reuters, as contas suspensas – que atingiu, entre outros, repórteres dos jornais The New York Times, Washington Post e da emissora CNN – foram reativadas na manhã deste sábado. A suspensão das contas na rede social atingiu jornalistas que escreveram recentemente sobre Musk, e as mudanças ocorridas desde que ele assumiu a plataforma. Após a súbita suspensão, Musk, que assumiu o controle da plataforma alegando que defenderia a liberdade de expressão na rede social acima de tudo, acusou os repórteres de compartilhar informações privadas sobre seu paradeiro. Ele não apresentou provas da sua acusação. Questionado, o Twitter não comentou a decisão e nem deu indicações sobre os motivos que levaram à suspensão das contas. Onda de críticas Organizações da imprensa e da sociedade civil, além de políticos e governo de vários países condenaram a decisão de Musk, que foi considerada por críticos como uma evidência de que o bilionário estaria tentando censurar a liberdade de expressão e banir usuários que ele não gosta. Os governos dos Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido e da União Europeia consideraram que a suspensão de jornalistas da plataforma colocava em risco a liberdade de imprensa. "Liberdade de imprensa não pode ser ligada e desligada à vontade. A partir de hoje, estes jornalistas não podem mais nos seguir, comentar ou criticar. Temos um problema com isso, @Twitter", escreveu o Ministério do Exterior da Alemanha. A vice-presidente da Comissão Europeia, Vera Jourova, disse que a decisão era "preocupante" e lembrou que há "linhas vermelhas", ameaçando Musk com sanções. A Organização das Nações Unidas classificou a suspensão como arbitrária e considerou a decisão "um precedente perigoso" em contexto de censura e ameaças contra os profissionais da imprensa no mundo. "As vozes da imprensa não deveriam ser silenciadas em uma plataforma que diz dar espaço à liberdade de expressão", apontou o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric. Dujarric acrescentou que a ONU estava muito preocupada com a medida e afirmou estar em contato com o Twitter. "No nosso ponto de vista, este movimento cria um precedente perigoso no momento em que jornalistas em todo o mundo enfrentam a censura, ameaças físicas e até coisas piores", disse. Desde que assumiu o controle do Twitter, Musk vem promovendo uma série de mudanças na plataforma. Uma de suas primeiras decisões foi a demissão de metade dos funcionários da empresa. cn (Reuteurs, Lusa)

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