Anistia acusa milícia pró-Haftar de 'crimes de guerra' na Líbia
17:41 | Dez. 19, 2022
A Anistia Internacional (AI) acusou, nesta segunda-feira (19), uma poderosa milícia liderada por um dos filhos de Khalifa Haftar, o homem forte do leste da Líbia, de cometer crimes de guerra e de graves violações dos direitos humanos se aproveitando do clima de impunidade que prevalece no país.
"A impunidade na Líbia permite aos combatentes do grupo armado Tariq Ben Ziyad (TBZ) cometer crimes de guerra e outros crimes" para "afastar qualquer tipo de contestação" contra o marechal Haftar, que controla "de fato" o leste e uma parte do sul do país, afirmou a Anistia em um comunicado.
Imerso no caos político e de segurança desde a queda do regime de Muamar Kadhafi em 2011, o país tem dois governos rivais desde o início de março: um instalado em Trípoli (oeste), reconhecido pela ONU, e o outro apoiado pelo Parlamento e pelo grupo do marechal Haftar.
Desde o seu surgimento em 2016, o TBZ, milícia de elite comandada por Saddam Haftar "aterroriza a população em áreas controladas pela ANL", o exército autoproclamado de Haftar.
A ONG de direitos humanos faz alusão a uma "longa lista de atos hediondos - homicídios, atos de tortura e maus-tratos, desaparecimentos forçados, estupros e outras violências sexuais, assim como deslocações forçadas - sem temer as consequências", nas palavras do investigador da AI sobre Egito e Líbia, Hussein Baoumi.
Em sua primeira visita ao país, no início de novembro, o procurador-geral do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, instou o marechal Haftar a impedir qualquer "crime" cometido por suas tropas.
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