Irã prende advogado de jornalistas presas após cobrirem a morte de Amini
As autoridades iranianas detiveram o advogado de duas jornalistas presas depois de cobrir a morte da jovem Mahsa Amini, que provocou uma onda de protestos no país, informou um jornal local neste sábado (17).
"Mohammad Ali Kamfirouzi, advogado de vários ativistas e jornalistas, foi preso", informou o jornal Ham Mihan. A prisão eleva para 25 o número de advogados presos em conexão com os protestos, segundo o jornal reformista.
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O Irã tem sido abalado por protestos em massa desde a morte de Mahsa Amini, 22 anos, em 16 de setembro, depois que ela foi presa em Teerã pela polícia da moral, que a acusou de violar o rígido código de vestimenta da República Islâmica.
Os clientes de Kamfirouzi incluem Niloufar Hamedi e Elaheh Mohammadi, as duas jornalistas que foram detidas após cobrirem a morte de Amini.
Hamedi, que trabalha para o jornal reformista Shargh, foi detida em 20 de setembro depois de visitar o hospital onde Amini ficou em coma por três dias antes de morrer.
Mohammadi, jornalista do jornal Ham Mihan, foi presa em 29 de setembro depois de viajar para Saqez, cidade natal de Amini na província do Curdistão, para cobrir seus funerais.
Ambas foram acusadas em 8 de novembro de propaganda contra o Estado e conspiração contra a segurança nacional, crimes puníveis com a morte pela sharia iraniana, a lei islâmica.
O advogado de Kamfirouzi, Mohammad Ali Bagherpour, afirmou que seu cliente não recebeu nenhuma intimação, que desconhecia as acusações contra ele e que foi detido sem nenhuma formalidade legal.
A prisão ocorreu na quarta-feira, segundo disse o irmão de Kamfirouzi, citado pelo jornal Ham Mihan.
Milhares de pessoas foram detidas no Irã como resultado dos protestos e 11 foram condenadas à morte. Duas delas já foram executadas.
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