Cápsula Orion, da Nasa, pousa no mar após viagem ao redor da Lua

16:55 | Dez. 11, 2022

Por: AFP

A cápsula espacial Orion, da Nasa, pousou em segurança no oceano Pacífico neste domingo (11), concluindo a missão Artemis 1, uma viagem de mais de 25 dias ao redor da Lua, com o objetivo de levar os humanos de volta ao satélite natural da Terra em alguns anos.

O pouso no mar ocorreu em frente à ilha de Guadalupe, no México, às 09h40 locais (14h40 de Brasília).

"Este dia marca um grande feito para a Nasa, os Estados Unidos, nossos parceiros internacionais e toda a humanidade", disse o diretor da agência espacial americana, Bill Nelson, em nota à imprensa.

A cápsula, que não levou tripulantes a bordo neste voo de testes, reentrou na atmosfera terrestre a 40.000 km/h e precisou suportar um calor de 2.800 graus centígrados, metade da temperatura do Sol.

O principal objetivo da missão consistia em testar o escudo térmico da Oregon, o maior já construído, com cinco metros de diâmetro.

A descida vertiginosa da nave foi freada primeiro pela atmosfera e depois por uma série de pelo menos 11 paraquedas até alcançar uma velocidade de aproximadamente 30 km/h ao tocar a água.

"Tivemos um pouso no mar absolutamente perfeito", disse Melissa Jones, encarregada das operações de recuperação da Nasa.

Pouco depois, helicópteros sobrevoaram a nave espacial, que não apresentou danos aparentes. A Orion devia flutuar durante aproximadamente duas horas, um tempo muito maior do que se houvesse astronautas a bordo a fim de compilar informações, fundamentalmente sobre o calor induzido no interior.

Em seguida, mergulhadores instalarão cabos na cápsula para erguê-la até o USS Portland, um navio de transporte anfíbio, cuja popa está parcialmente submersa. Em seguida, a água será bombeada, permitindo depositar a Orion lentamente sobre uma plataforma especialmente projetada para sustentá-la.

A operação deve durar entre quatro e seis horas a partir do momento do pouso no mar.

O USS Portland se dirigirá, em seguida, para San Diego, na Califórnia, onde a cápsula será desembarcada.

O sucesso desta missão era crucial para a Nasa, que investiu dezenas de bilhões de dólares no programa Artemis de retorno à Lua.

Além de levar os humanos de volta à Lua, seu objetivo é preparar uma futura viagem a Marte.

Um primeiro voo de teste foi realizado em 2014, mas a cápsula não saiu da órbita da Terra e entrou na atmosfera mais lentamente, a cerca de 32.000 km/h.

No total, a Orion percorreu desta vez mais de 2,2 milhões de quilômetros no espaço desde sua decolagem, em 16 de novembro, no primeiro voo do novo megafoguete da Nasa, o SLS, que a lançou.

A nave sobrevoou a Lua a 130 km de sua superfície e se aventurou a mais de 430.000 km da Terra, mais longe do que qualquer outra nave espacial até hoje.

Recuperar a cápsula permitirá à Nasa coletar dados cruciais para futuras missões.

A Orion fornecerá informações sobre o estado da espaçonave após o voo, mas também sobre as acelerações e vibrações sofridas a bordo e sobre o desempenho de um colete colocado em um manequim dentro da cápsula para testar a proteção que um humano teria contra a radiação durante a viagem espacial.

Espera-se que alguns componentes da cápsula sejam reutilizados na missão Artemis 2, que já está em estágios avançados de planejamento.

Esta segunda missão, prevista para 2024, levará uma tripulação à Lua, embora sem pouso.

A Nasa deve anunciar os nomes dos astronautas escolhidos muito em breve.

A Artemis 3, prevista oficialmente para 2025, vai levar pela primeira vez uma espaçonave ao polo sul da Lua, onde há água em forma de gelo.

Apenas doze homens, todos brancos, pisaram na superfície lunar nas missões Apollo, a última em 1972, há 50 anos.

O programa Artemis planeja enviar uma mulher e uma pessoa não branca à Lua pela primeira vez.

O objetivo é estabelecer uma presença permanente na Lua, com uma base em sua superfície e uma estação espacial em sua órbita.

Aprender a viver na Lua permitiria testar toda a tecnologia necessária para uma viagem de vários anos a Marte, possivelmente no final da década de 2030.

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