Milhares protestam contra resultado da eleição no país
Milhares de manifestantes se reuniram nesta terça-feira (15) em frente a comandos do Exército no Rio de Janeiro, Brasília e outras cidades, pedindo uma intervenção contra a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 30 de outubro.
No dia da Proclamação da República, milhares de brasileiros vestidos de verde e amarelo se reuniram de manhã em frente ao Comando Militar do Leste, principal quartel general do Exército nesta região, no centro da cidade do Rio de Janeiro.
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"Não queremos que Lula assuma o comando no dia 1° de janeiro, não queremos um país comunista, queremos um Brasil melhor", declarou à AFP a bancária Lais Nunes, de 30 anos, durante a manifestação.
Muitos carregavam a bandeira do Brasil e entoavam o hino nacional toda vez que era reproduzido em um caminhão com alto-falante.
"Há diversas informações de que houve fraude nas eleições (...), não podemos aceitar isso", afirmou por sua vez o policial Leandro de Oliveira, de 38 anos, que atribui a fraude a uma suposta conspiração por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para privilegiar o ex-presidente Lula (2003-2010), argumentos que já foram desmentidos por diversas autoridades e observadores internacionais.
Em Brasília, milhares de pessoas também se reuniram em frente ao Quartel General do Exército, carregando faixas com legendas como "S.O.S. Forças Armadas" ou "auditoria nas urnas", apurou a AFP.
A segurança foi reforçada na região central de Brasília nesta terça-feira após a convocação de protestos pelas redes sociais.
A Polícia restringiu de forma "preventiva" o acesso de veículos e pedestres à Praça dos Três Poderes, onde estão localizados o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, segundo a Secretaria de Segurança do Distrito Federal.
Os manifestantes denunciam uma "fraude" supostamente perpetrada com o sistema de urnas eletrônicas, instalado no Brasil desde 1996, e questionado sem fundamentos por Bolsonaro.
Essa possibilidade, no entanto, foi descartada por inúmeros observadores internacionais e por um relatório das próprias Forças Armadas.
Após a derrota eleitoral e enquanto avança a transição que culminará com a posse de Lula em janeiro, Bolsonaro continua recluso e praticamente se ausentou da vida pública, até mesmo das redes sociais.
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