Israel critica investigação do FBI sobre morte da jornalista Shireen Abu Akleh
O ministro da Defesa israelense, Benny Gantz, declarou nesta segunda-feira (14) que não pretende cooperar com a investigação dos Estados Unidos sobre a morte a tiros de uma jornalista palestina-americana, provavelmente por um soldado israelense.
Segundo o portal americano Politico, o FBI estava investigando o assassinato de Shireen Abu Akleh, ocorrido em 11 de maio durante uma operação do exército israelense, uma medida extraordinária após o exército se negar a processar o militar que pode ter sido responsável.
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O FBI não quis confirmar nem negar a investigação. Mas Gantz já disse que as Forças de Defesa de Israel (FDI) não cooperariam.
"A decisão tomada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos de realizar uma investigação sobre a trágica morte de Shireen Abu Akleh é um erro", escreveu no Twitter.
As forças israelenses realizaram uma "investigação profissional e independente" e compartilham os detalhes com autoridades americanas, afirmou.
"Transmiti aos representantes americanos a mensagem de que apoiamos os soldados das Forças de Defesa de Israel, de que não cooperaremos com uma investigação externa e de que não permitiremos intervenções nas investigações internas", acrescentou.
A repórter veterana da Al Jazeera usava um colete à prova de balas escrito "Imprensa" e um capacete quando recebeu um tiro na cabeça durante uma operação do exército no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada por Israel.
O exército israelense admitiu em 5 de setembro que um de seus soldados provavelmente havia atirado contra Abu Akleh ao confundi-la com uma militante.
Na ocasião, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, disse que os responsáveis precisavam "prestar contas neste caso" para evitar incidentes similares no futuro.
Dias depois, o primeiro-ministro Yair Lapid rejeitou as sugestões de que o soldado, "que estava se protegendo do fogo terrorista", fosse processado "só para receber aplausos do exterior".
Na semana passada, familiares e amigos da jornalista disseram a investigadores da ONU que ela havia sido atacada deliberadamente como parte da "guerra em grande escala" de Israel contra os trabalhadores dos meios de comunicação palestinos, e pediram justiça.
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