Após comprar Twitter, Elon Musk vende US$ 4 bilhões da Tesla

Bilionário se desfez de ações da montadora de carros elétricos dez dias após comprar rede social; valor de mercado da Tesla caiu quase 18% neste período

06:32 | Nov. 09, 2022

Por: Bemfica de Oliva
Após comprar o Twitter, Musk já se envolveu em uma série de polêmicas (foto: OLIVIER DOULIERY / AFP)

O bilionário Elon Musk está vendendo ações da Tesla para bancar sua parte na compra do Twitter. Nos últimos dias, o magnata vendeu quase US$ 4 bilhões (cerca de R$ 20,5 bilhões, em conversão direta) de sua parte na montadora de veículos elétricos.

Ao todo, foram 19,5 milhões de ações da companhia negociadas na última quinta-feira, 3, diretamente por Musk. Com a nova venda, ele já se desfez, desde 2021, de mais de US$ 40 bilhões (aproximadamente R$ 200 bilhões) de sua participação na empresa.

Em agosto, quando a briga judicial entre Musk e o Twitter ainda se arrastava, o bilionário disse que não pretendia vender mais ações da Tesla caso fosse obrigado a honrar a oferta que fez pela rede social. À época, ele já havia se desfeito de mais de US$ 35 bilhões da participação na montadora.

Com o anúncio da nova venda, as ações da Tesla voltaram a cair. A desvalorização ontem foi de 2,93%. Desde a compra do Twitter por Musk, a montadora já perdeu quase 18% de seu valor de mercado, em apenas dez dias.

Considerando-se o cenário desde o começo do ano, a situação é pior, com a fabricante tendo desvalorizado 50%. Em 3 de janeiro, as ações eram negociadas a US$ 382,58 na abertura do pregão. No fechamento das negociações dessa terça-feira, elas valiam 191,30 dólares cada.

Após comprar o Twitter, Musk já se envolveu em uma série de polêmicas. Ele demitiu metade dos trabalhadores da empresa, inclusive toda a equipe de moderação de conteúdo. Musk teve que voltar atrás em alguns casos, após dispensar funcionários essenciais para a manutenção do site.

Ele também anunciou um aumento na assinatura do serviço Twitter Blue. Musk recebeu duras críticas por vincular o pagamento à verificação de contas, ferramenta que era usada anteriormente para garantir a legitimidade de perfis oficiais, como empresas, órgãos de governo e figuras públicas, na rede social.

Além disso, usuários com posturas críticas ao bilionário, e contas de paródia de Musk, foram banidos da rede social. Uma das promessas do novo dono do Twitter foi aumentar a liberdade de expressão na plataforma.

Por fim, ele prometeu revisar a suspensão de uma série de contas da rede social, inclusive brasileiras. O Twitter desativou os usuários mencionados por ordem judicial, ou por espalharem informações comprovadamente falsas, especialmente sobre política e sobre a pandemia de Covid-19.

Mais notícias internacionais