ONGs palestinas relatam assédio de Israel em audiências da ONU

A decisão de Israel de considerar como "terroristas" uma série de ONGs palestinas de direitos humanos foi "como uma execução", garantiu o diretor de uma delas a investigadores das Nações Unidas nesta segunda-feira (7).

Em outubro de 2021, Israel qualificou seis grupos palestinos da sociedade civil como organizações "terroristas" e determinou seu fechamento, um movimento, segundo as ONGs, sem fundamentação e que provocou condenações internacionais.

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Este é o principal tema de uma série de audiências públicas organizadas por uma equipe de investigadores de alto nível designados no ano passado pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. O objetivo é investigar as causas subjacentes do conflito israelense-palestino.

A primeira semana de audiências, gravadas ao vivo pela ONU em Genebra e criticadas por Israel, também abordará o assassinato da jornalista palestino-americana Shireen Abu Akleh em maio.

"Durante esses procedimentos, não estamos tirando conclusões ou fazendo julgamentos", disse a investigadora principal Navi Pillay, ex-comissária de direitos da ONU para a África do Sul, durante a reunião.

Shawan Jabarin, diretor da ONG Al Haq, que oferece assistência jurídica, destacou que sua organização foi designada como "terrorista" depois de sofrer por um ano com uma campanha de críticas, que incluiu esforçou para que os patrocinadores deixassem de apoiá-la, além de ameaças de morte.

A qualificação foi como "uma execução" destinada a impedir que sua organização examinasse uma ampla gama de violações a direitos humanos.

"Não vamos parar. Podem nos prender, podem nos deter, podem nos prender, podem nos matar (...) Mas não podem mudar nossas crenças (...) Vamos continuar lutando contra a cultura e política de impunidade", disse Jabarin.

As equipes de investigação da ONU não costumam realizar audiências públicas com testemunhas. Porém, neste caso, consideraram importante ser o mais transparente possível para evitar acusações de parcialidade.

Israel se recusou a cooperar com a comissão e a acusou de desempenhar "simultaneamente [os papéis de] o juiz, o júri e o carrasco, mediante a realização das chamadas audiências públicas".

nl/rjm/sag/mb/jc/mvv

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