Buscas por vítimas do desabamento de ponte continuam na Índia
10:55 | Nov. 01, 2022
Equipes de resgate continuam a busca por corpos após o colapso de uma ponte suspensa, que deixou 134 mortos em Morbi, para onde o primeiro-ministro indiano Narendra Modi viajou nesta terça-feira.
As dúvidas se multiplicam sobre a possível causa da tragédia ocorrida no domingo em Morbi, no estado de Gujarat.
Nove pessoas foram presas por acusações de assassinato no desabamento desta estrutura de 150 anos recém-consertada.
A ponte de pedestres estava cheia de pessoas que comemoravam o último dia do festival Diwali. Entre os mortos estão 47 crianças.
Imagens terríveis das câmeras de segurança mostraram a estrutura instável afundando quando os cabos se romperam. Centenas caíram no rio, enquanto outras se agarraram desesperadamente aos restos da ponte e pediram ajuda no escuro.
"Ouvi gritos e um estrondo alto e depois silêncio. Depois, lentamente, choro e gritos", contou à AFP Madhvi Ben, uma sobrevivente de 30 anos.
Ben disse que sua perna estava emaranhada em uma "corda de metal", deixando-a quase completamente submersa e que lutou para se libertar.
"De alguma forma, tampei meu nariz, empurrei e liberei minha perna do cabo. Peguei outro cabo e escalei os restos da ponte", disse ele.
Rafiq Gaffar, empresário de Morbi que perdeu seus dois sobrinhos de 12 e 21 anos, descreveu uma cena caótica e apocalíptica.
"Havia corpos flutuando na água em todos os lugares e pessoas presas na ponte pedindo socorro freneticamente", disse ele.
O presidente chinês, Xi Jinping, juntou-se a outros líderes mundiais no envio de suas "profundas condolências" nesta terça-feira.
Enquanto Modi observava, os socorristas circulavam com botes infláveis para tentar retirar algum objeto do fundo do rio.
"Ainda não terminamos as operações de busca porque tememos que ainda existam vítimas cujo paradeiro é desconhecido por seus parentes e que ainda não nos contataram", disse Rahul Tripathi, da polícia de Morbi.
A reforma da ponte foi realizada pela empresa local Oreva, cuja experiência se limita a relógios, bicicletas elétricas e outros produtos.
A empresa não pôde ser contatada até o momento.
Sandeepsinh Jhala, prefeito do município de Morbi, afirmou na segunda-feira que a ponte não recebeu o certificado de segurança.
As nove pessoas detidas na segunda-feira são dois gerentes da Oreva, dois subcontratistas, dois vendedores de ingresso de acesso à ponte acusados de terem vendido a mais, e três seguranças.
"À medida que a investigação avança, os nomes de outros associados ao grupo Oreva também serão detidos", disse Ashok Yadav, um alto funcionário da polícia, na segunda-feira.
Ilyas Khan Akbar Khan Pathan, um motorista de tuk-tuk de 33 anos, perdeu sua esposa e dois filhos de seis e três anos, assim como sua cunhada e duas sobrinhas.
"Encontramos os corpos por volta das quatro da manhã. Minha filha Mahiya teve a cabeça enterrada na lama e as pessoas a retiraram usando barcos", disse ele à AFP nesta terça-feira.
"Demorou quase duas horas para que a polícia e a administração iniciassem os resgates (...) As autoridades foram inúteis", acrescentou.
Puneet Pitroda, de 35 anos, cujo irmão e cunhada morreram, disse à AFP que as autoridades são "totalmente responsáveis pela tragédia". "Nós nunca vamos esquecer esta noite", lamentou.
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