Americana que liderou batalhão do EI é condenada a 20 anos de prisão

Uma americana que cresceu em uma fazenda do Kansas, se converteu ao islamismo e se juntou ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria foi sentenciada, nesta terça-feira (1º), a 20 anos de prisão por dar apoio a um grupo terrorista estrangeiro.

Allison Fluke-Ekren, de 42 anos, foi condenada após se declarar culpada das acusações de terrorismo, em junho, em um tribunal da cidade de Alexandria, Virgínia, no leste dos Estados Unidos. Na Síria, ela liderou um batalhão militar feminino.

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Os promotores argumentaram no tribunal que, durante mais de oito anos, Fluke-Ekren cometeu atos terroristas em nomes de três organizações estrangeiras em zonas de guerra na Líbia, no Iraque e na Síria, incluindo o treinamento de mulheres e meninas para realizar ataques para o EI.

Fluke-Ekren "se tornou a imperatriz do EI", disse o promotor Raj Parekh.

"Ela fez lavagem cerebral em meninas e as treinou para matar", acrescentou. "Abriu um caminho de terror, mergulhando seus próprios filhos em insondáveis profundezas de crueldade ao abusar deles física, psicológica, emocional e sexualmente".

Registrada como Allison Brooks, ela cresceu em um "lar amoroso e estável" na cidade de Overbrook e era considerada uma boa aluna, disse o promotor.

Apesar disso, abandonou o ensino médio no segundo ano e se casou com um homem chamado Fluke, com quem teve dois filhos.

Um filho desse casamento depôs de forma anônima sobre os anos de abuso a que ele e seus irmãos foram submetidos.

"Minha mãe é um monstro sem amor por seus filhos, sem desculpa para os atos que cometeu", disse o filho, que deve assistir à leitura da sentença. "Ela tem em suas mãos o sangue, a dor e o sofrimento de todos os seus filhos", acrescentou.

Após deixar seu primeiro marido, Fluke-Ekren frequentou a Universidade do Kansas, onde conheceu e se casou com um colega chamado Volkan Ekren e se converteu ao islamismo.

O casal teve cinco filhos e adotaram outro depois que os pais do menino foram mortos como homens-bomba na Síria.

Em 2008, a família se mudou para o Egito, e em 2011, para a Líbia, onde, segundo o promotor Parekh, "começou a obstinada busca de Fluke-Ekren para galgar posições de poder e influência para treinar mulheres jovens em ideologia extremista e violência".

Eles estavam em Benghazi em setembro de 2012, quando o grupo islamita Ansar al-Sharia atacou o consulado americano e o escritório da agência de Inteligência americana, CIA, matando o embaixador e outros três cidadãos daquele país.

Fluke-Ekren, que fala árabe fluentemente, ajudou a Ansar al Sharia a "revisar e resumir o conteúdo dos documentos roubados do governo americano" após este ataque.

A família saiu da Líbia no fim de 2012 ou início de 2013 e passou por Iraque, Turquia e Síria, envolvendo-se profundamente com o EI. Durante algum tempo, morou no reduto do grupo EI em Mossul.

Depois que seu marido, líder de uma unidade de atiradores do Estado Islâmico, foi morto em 2015, ela forçou sua filha de 13 anos a se casar com um combatente do grupo, ainda segundo o promotor americano.

Fluke-Ekren, que adotou o nome de guerra Umm Mohamed al-Amriki depois de ingressar no EI, casou-se mais três vezes e teve outros quatro filhos.

Seu quarto marido era um líder militar do EI, encarregado da defesa do grupo em Raqa, em 2017.

Nesse ano, ela se tornou líder de um batalhão feminino chamado Khatiba Nusaybah, que forneceu treinamento militar a mais de 100 meninas e mulheres, relatou Parekh.

"Durante as sessões de treinamento, Fluke-Ekren instruiu mulheres e meninas sobre o uso de fuzis de assalto AK-47, granadas e cintos explosivos suicidas", disse Parekh.

"Uma dessas meninas, algumas que tinham apenas 10 ou 11 anos, era sua própria filha", completou.

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EUA justiça conflito Siria islamismo

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