Escola judaica de Nova York pagará US$ 8 milhões para evitar processo por fraude
Uma escola de judeus ortodoxos de Nova York vai pagar oito milhões de dólares à justiça americana para evitar um processo por fraude financeira e desvio de dinheiro público, segundo documentos divulgados nesta segunda-feira (24).
A Academia Central Unida Talmúdica (Cuta, na sigla em inglês), que administra a maior instituição escolar chassídica (uma corrente do judaísmo) do estado de Nova York, no bairro judaico de Williamsburg, no Brooklyn, reconheceu o desvio de cerca de três milhões de dólares subsidiados pelo governo federal para garantir as refeições diárias de cerca de 2.000 estudantes.
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Para sanar as denúncias penais e encerrar a investigação federal iniciada em 2018, a Cuta aceitou pagar uma multa de cinco milhões de dólares além de três milhões de dólares já restituídos, segundo uma nota do gabinete da Procuradoria-geral do leste de Nova York, com sede no Brooklyn.
"A infração interna na Cuta era sistemática e de grande magnitude, em especial roubando mais de três milhões de dólares destinados a estudantes que necessitavam se alimentar", acusou o procurador federal Breon Peace, citado na nota.
A magistratura considerou que o acordo com a instituição escolar permitirá "reembolsar e reparar os danos infligidos à comunidade judaica" de Nova York, uma das mais importantes do mundo fora de Israel, ao mesmo tempo que permitiu a Cuta "continuar ensinando crianças da comunidade".
Mas para o FBI, que conduziu a investigação, "no interior de Cuta reinava uma cultura generalizada de fraude e de avidez financeira".
"As escolas devem ser lugar de aprendizagem e boas práticas. Os diretores da Cuta fizeram o contrário, estruturando múltiplos sistemas fraudulentos para enganar o governo federal", afirmou Michael Driscoll, diretor do FBI citado em nota.
Dois ex-diretores da escola se declararam culpados em 2018 por "cumplicidade em fraude financeira". Um deles cumpriu prisão por dois anos, enquanto o outro, que pagou uma multa alta, teve a sentença suspensa.
Segundo o New York Times, o Brooklyn e o baixo Hudson Valley, têm cerca de 100 escolas religiosas chassídicas que receberam mais de um bilhão de dólares de impostos nos últimos quatro anos.
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