Bolsonaro se desculpa por declarações sobre jovens venezuelanas
O presidente Jair Bolsonaro (PL) se desculpou nesta terça-feira (18) por suas declarações sobre menores venezuelanas que lhe renderam acusações de pedofilia de seu adversário nas eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Se as minhas palavras que, por má fé, foram tiradas do contexto, de alguma forma, foram mal interpretadas ou provocaram algum constrangimento as nossas irmãs venezuelanas, peço desculpas", declarou Bolsonaro em um vídeo difundido pelas redes sociais.
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No vídeo, ele aparece ao lado da primeira-dama, Michelle, e de Maria Teresa Belandria, representante no Brasil do opositor venezuelano Juan Guaidó, reconhecido por Bolsonaro como presidente legítimo do país governado pelo socialista Nicolás Maduro.
"Meu compromisso sempre foi o de acolher e atender a todos que fogem de ditaduras pelo mundo", acrescentou o presidente, que disputará em 30 de outubro o segundo turno presidencial contra Lula.
A polêmica veio à tona na sexta-feira, quando Bolsonaro contou, durante entrevista com influenciadores no YouTube, uma anedota que remontava a abril de 2021, em uma comunidade pobre de Brasília.
"Parei a moto em uma esquina, tirei o capacete, e olhei umas menininhas... Três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas, num sábado, em uma comunidade. Pintou um clima, voltei. 'Posso entrar na sua casa?' Entrei", contou Bolsonaro.
Na casa "tinha umas 15, 20 meninas [...] todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos, se arrumando no sábado pra quê? Ganhar a vida", disse o presidente.
As declarações provocaram polêmica e, nas redes, viralizaram vídeos com o trecho da entrevista em que o presidente menciona o "pintou um clima" com as adolescentes, com a hashtag #Bolsonaropedofilo.
No domingo, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, proibiu que esse trecho fosse usado nos anúncios oficiais da campanha de Lula.
Em seu pedido de desculpas, Bolsonaro assegurou que as adolescentes não eram prostitutas.
Segundo o presidente, a primeira-dama e a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, as visitaram na terça-feira e constataram que elas estão reconstruindo suas vidas no Brasil.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, as jovens venezuelanas e suas mães teriam se negado a gravar um vídeo para a campanha de Bolsonaro.
Nesta terça, Rosângela da Silva, esposa de Lula, publicou no Twitter o trecho de outra entrevista de um mês atrás, na qual o presidente já insinuava que as jovens eram prostitutas.
Segundo Michelle Bolsonaro, no Brasil vivem mais de 375.000 venezolanos, uma parte dos mais de seis milhões que fugiram das diversas crises em seu país nos últimos anos, segundo a ONU.
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