China censura protesto incomum contra Xi Jinping antes do Congresso do Partido Comunista
A censura chinesa da internet eliminou nesta sexta-feira (14) todas as referências a um protesto em Pequim que incluiu cartazes contra o presidente Xi Jinping e as restrições contra a covid-19, a dois dias do início do 20º Congresso do Partido Comunista.
O governo chinês está em alerta máximo para qualquer protesto antes do Congresso do Partido Comunista, um evento de enorme importância política durante o qual o presidente deve receber um terceiro mandato de cinco anos.
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No metrô, os passageiros são submetidos a controles adicionais de segurança e um exército de voluntários foi mobilizado nos bairros para relatar sobre qualquer movimentação incomum.
Mas na quinta-feira, um vídeos e fotos que pareciam mostrar um manifestante perto de uma ponte em Pequim exibindo dois cartazes com críticas ao governo foram divulgados na internet.
"Não aos exames de covid, quero ganhar a vida. Não à Revolução Cultural, quero reformas. Não aos confinamentos, quero liberdade. Não aos líderes, quero votar. Não às mentiras, quero dignidade. Não serei um escravo, serei um cidadão", afirmava um dos cartazes.
O outro estimulava os cidadãos a protestar e derrubar o "ditador traidor Xi Jinping".
Quando os correspondentes da AFP chegaram ao local do suposto protesto de quinta-feira não havia nenhum vestígio dos cartazes ou do manifestante.
"Muita gente viu o que aconteceu", declarou um homem, que trabalha perto do local e pediu anonimato.
Na internet, os censores chineses bloquearam qualquer publicação relacionada com o suposto protesto, inclusive a frase "eu vi".
As manifestações são raras na capital chinesa e os que desafiam o rígido aparelho de segurança do governo enfrentam graves punições.
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