Disputas para acompanhar nas eleições de meio de mandato nos EUA

11:37 | Out. 12, 2022

Por: AFP

Um famoso cirurgião contra um graduado em Harvard conhecido por usar moletons, ou uma lenda do futebol americano contra um pastor são alguns dos duelos sob os holofotes nas eleições de meio de mandato, em 8 de novembro, nos Estados Unidos.

Nesta data, os americanos votarão para renovar todas as cadeiras da Câmara de Representantes, mais de um terço do Senado e 36 governadores.

Esta é uma das eleições mais observadas do país, já que deve, provavelmente, decidir para que lado o Senado se inclinará.

Na Pensilvânia, um estado conhecido tanto por seus grandes centros urbanos quanto por sua indústria em declínio, trava-se uma disputa pela cadeira deixada vaga por um senador republicano.

O cirurgião Mehmet Oz, que durante muito tempo dirigiu um programa de televisão médico muito popular, aspira à vaga nas fileiras dos republicanos. Tem o apoio do ex-presidente Donald Trump, ainda muito influente entre os eleitores conservadores.

Tem como oponente John Fetterman, conhecido por seus 2,05 metros de altura e por não tirar o short, nem o capuz mesmo quando neva. Ele faz campanha pela legalização da maconha e pelo desenvolvimento dos sindicatos. Formado em Harvard, este democrata foi prefeito por 13 anos de uma cidade que sofreu com a desindustrialização.

Joe Biden e Donald Trump foram pessoalmente fazer campanha para seus protegidos. De acordo com as pesquisas, a corrida está tão apertada que é difícil indicar um favorito.

Depois de captar a atenção do mundo em 2020 antes de dar a Joe Biden a vitória sobre Donald Trump por 12.000 votos, a Geórgia volta a concentrar olhares.

Neste estado limítrofe com a Flórida, acontecem dois duelos que cativam os Estados Unidos.

Um ex-astro do futebol, o republicano Herschel Walker, quer a cadeira no Senado ocupada pelo pastor democrata Raphael Warnock, o primeiro senador negro eleito pela Geórgia, um estado ainda abalado pelas feridas da segregação.

A campanha do candidato pró-Trump foi marcada por vários escândalos recentes. Conhecido por suas posições antiaborto, Walker é acusado de ter pagado pelo aborto de uma de suas ex-parceiras.

Há também um duelo pelo cargo de governador. O republicano Brian Kemp tenta manter sua posição contra a ex-congressista Stacey Abrams, que há uma década tenta mobilizar eleitores das minorias neste estado.

Uma eleição muito acirrada também está sendo realizada no Arizona, estado do Grand Canyon, pelo cargo de governador. Por enquanto, a ex-jornalista Kari Lake, uma figura emblemática do trumpismo, mantém uma vantagem estreita sobre a democrata Katie Hobbs.

A candidata republicana continua a denunciar os resultados das eleições presidenciais de 2020, insistindo em que a vitória foi roubada de Trump - e apesar das evidências em contrário.

No estado vizinho de Nevada, há uma disputa por uma cadeira no Congresso: o republicano Adam Laxalt tem chance de substituir Catherine Cortez Masto.

Historicamente democrático, mas caído nas mãos de Donald Trump em um contexto de desindustrialização, o "Rust Belt", ou "Cinturão da Ferrugem", também é palco de intensas lutas.

Em Ohio, acompanha-se de perto a eleição do futuro senador, cargo até agora ocupado por um republicano. Aqui, enfrentam-se o democrata Tim Ryan e um novato na política americana: J.D. Vance, um ex-militar autor de um livro "best-seller" sobre a classe média branca.

Em Wisconsin, um estado onde Joe Biden venceu por pouco em 2020, mas que votou esmagadoramente em Donald Trump em 2016, o republicano Ron Johnson luta para manter sua cadeira contra um democrata apoiado pela ala mais progressista de seu partido, o jovem Mandela Barnes.

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