Força policial é suspensa por inação durante tiroteio em escola do Texas
18:52 | Out. 07, 2022
O conselho de educação que supervisiona as escolas na cidade de Uvalde, no estado americano do Texas, suspendeu nesta sexta-feira (7) uma força policial local criticada por sua resposta ineficaz a um tiroteio que deixou 21 mortos em maio.
Dezenove crianças e dois professores foram mortos depois que um adolescente abriu fogo na escola de ensino fundamental Robb em 24 de maio, no pior massacre nos Estados Unidos em uma década. A polícia entrou no estabelecimento e matou o agressor.
A polícia de Uvalde, uma comunidade majoritariamente latina, está sob intenso escrutínio desde que foi revelado que os policiais esperaram por uma hora do lado de fora das salas de aula onde o tiroteio ocorria, sem agir enquanto crianças eram mortas a tiros.
Nesta sexta-feira, o distrito escolar de Uvalde informou a suspensão da pequena força policial cuja responsabilidade era garantir a segurança e proteger um grupo de escolas públicas.
"Como resultado desses eventos o distrito decidiu suspender todas as atividades do Departamento de Polícia do Distrito Escolar Independente Consolidado de Uvalde por tempo indeterminado", disse um comunicado.
Em agosto, o conselho de educação demitiu o chefe de polícia que supervisionou a resposta ao tiroteio.
O distrito disse que revisará agora o desempenho dos agentes naquele dia.
"O distrito exigiu que o Departamento de Segurança Pública do Texas forneça tropas adicionais para o campus e atividades extracurriculares. Estamos confiantes de que a segurança de estudantes e profissionais não será comprometida durante esta transição", acrescentou.
Um total de 376 policiais, incluindo policiais locais, estaduais, de elite, de fronteira e do departamento do xerife atuaram no dia do massacre, de acordo com um relatório dos congressistas do Texas publicado em julho.
Mas a situação foi "caótica" devido à "abordagem displicente" dos policiais em relação ao atirador, acrescentou o documento.
Tiroteios em escolas tornaram-se um lembrete do debate nos Estados Unidos sobre as armas no país.
A maioria dos eleitores é a favor de aumentar os controles sobre o uso e a compra de armas de fogo, mas a maioria dos líderes políticos reluta em colocar essa vontade da população em prática, citando uma emenda constitucional que estabelece o direito ao porte de armas.
Em junho, o Congresso aprovou a primeira grande legislação de controle de armas em quase 30 anos, menos de 24 horas depois que a Suprema Corte confirmou o direito constitucional ao porte de armas.
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