Irã: protestos após morte de jovem "com véu muito frouxo" chegam a 46 cidades

Mahsa Amini foi morta após ser detida pela polícia da moralidade do país árabe, um dos mais conservadores do mundo

O Irã tem protestos em pelo menos 46 cidades do país, com a televisão estatal sugerindo que ao menos 41 pessoas tenham morrido em meio às manifestações dos últimos dias, desde que jovem foi detida pela polícia da moralidade e acabou morta.

As manifestações ocorrem desde 17 de setembro, com a contagem a partir de declarações oficiais em ao menos 13 mortos, além de mais de 1.200 manifestantes presos. Atualmente, Teerã, capital iraniana, tem sediado passeatas pró-governo, em defesa do uso do hijab (um dos tipos de véu islâmico).

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O Ministério das Relações Exteriores do Irã afirmou neste domingo, 25, que convocou o embaixador britânico para protestar contra o que descreveu como atmosfera hostil criada pela mídia em língua farsi sediada em Londres. Teerã também criticou agências de notícias e convocou o embaixador da Noruega no país para protestar contra recentes declarações do presidente do Parlamento norueguês, Masud Gharahkhani.

O estopim dos protestos foi a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, detida pela polícia da moralidade do país e morta enquanto estava sob custódia das autoridades. Confrontos entre manifestantes e as forças de segurança continuavam a ocorrer.

Amini foi detida pela polícia em Teerã por supostamente estar com seu véu islâmico muito frouxo sobre a cabeça. A polícia afirma que ela morreu por um ataque cardíaco e que não sofreu maus-tratos, mas sua família coloca a versão em dúvida. A morte da jovem gerou forte condenação de países do Ocidente e da Organização das Nações Unidas.

Houve, porém, também manifestações a favor do governo em várias cidades do Irã neste domingo. Milhares participaram de um ato na Praça da Revolução (Enghelab), e algumas autoridades estiveram presentes, entre eles o porta-voz do gabinete de governo, Ali Bahadori Jahromi.

Manifestantes pró-governo iranianos agitam sua bandeira nacional durante uma manifestação contra os recentes protestos antigovernamentais no Irã, em Teerã, em 25 de setembro de 2022. O chefe do judiciário iraniano não prometeu clemência contra a onda de agitação que abalou o país desde a morte da jovem curda Mahsa Amini sob custódia da polícia da moralidade. Pelo menos 41 pessoas morreram até agora, a maioria manifestantes, mas incluindo membros das forças de segurança da república islâmica, de acordo com um número oficial, embora grupos de direitos humanos digam que o número real é maior.
Manifestantes pró-governo iranianos agitam sua bandeira nacional durante uma manifestação contra os recentes protestos antigovernamentais no Irã, em Teerã, em 25 de setembro de 2022. O chefe do judiciário iraniano não prometeu clemência contra a onda de agitação que abalou o país desde a morte da jovem curda Mahsa Amini sob custódia da polícia da moralidade. Pelo menos 41 pessoas morreram até agora, a maioria manifestantes, mas incluindo membros das forças de segurança da república islâmica, de acordo com um número oficial, embora grupos de direitos humanos digam que o número real é maior. (Foto: AFP)

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