Armênia acusa Azerbaijão de 'atrocidades indescritíveis'
O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, aproveitou seu discurso na ONU para acusar o Azerbaijão de "atrocidades indescritíveis" nos últimos confrontos armados entre os dois vizinhos, incluindo a mutilação de corpos de soldados mortos.
"Há evidências de casos de tortura, mutilação de soldados capturados ou já mortos, numerosos casos de execuções extrajudiciais e maus-tratos a prisioneiros de guerra armênios, além de tratamento humilhante de cadáveres", acusou Pashinyan na Assembleia Geral da ONU.
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"Os militares armênios mortos foram mutilados e depois filmados em vídeo com uma crueldade especial pelos militares do Azerbaijão", acrescentou.
Para Pashinyan, "o cometimento dessas atrocidades indescritíveis é o resultado direto de uma política de décadas de implantação do ódio e animosidade anti-armênio na sociedade do Azerbaijão por líderes políticos".
Enquanto Pashinyan discursava, o chanceler do Azerbaijão, Jeyhun Bayramov, que falará na ONU neste fim de semana, observava impassível.
Os confrontos violentos começaram na semana passada entre os dois países do Cáucaso, deixando quase 300 mortos no pior conflito na região desde a guerra de 2020.
Pashinyan também acusou o Azerbaijão de bombardear instalações civis e infraestrutura dentro do território de seu país, deslocando mais de 7.600 pessoas e deixando três civis mortos e dois desaparecidos.
Armênia e Azerbaijão travaram duas guerras -na década de 1990 e em 2020- pela disputada região de Nagorno-Karabakh, um enclave do Azerbaijão povoado por armênios.
Uma guerra de seis semanas em 2020 resultou na morte de mais de 6.500 soldados de ambos os lados e terminou com um cessar-fogo mediado pela Rússia.
Sob este acordo, a Armênia cedeu faixas de seu território que controlava há décadas, e Moscou enviou cerca de 2.000 soldados russos para supervisionar a trégua.
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