Idosa sobrevivente do holocausto viraliza ao compartilhar relatos no Tiktok
Tova Friedman sobreviveu ao holocausto e emigrou para os Estados Unidos, e aos 84 anos ganha fama na internet contando os horrores do passadoTova Friedman é uma mulher de 84 anos que sobreviveu ainda criança aos campos de concentração de Auschwitz, na Polônia. Atualmente, a idosa trabalha como terapeuta e compartilha histórias do holocausto em seu perfil no Tiktok, onde possui mais de 450 mil seguidores e milhões de curtidas em seus depoimentos.
Tova foi uma das 50 crianças que escaparam com vida de uma das maiores tragédias da humanidade, que matou mais de dois milhões de pessoas.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Com quase 8 milhões de curtidas, a idosa detalha, em uma série de vídeos, os episódios de tortura que foi submetida durante o período nazista na Europa.
Idosa relata em vídeos os traumas do holocausto
Em um dos vídeos ela narra o dia em que foi enviada à câmara de gás de Auschwitz.
Enrolada apenas com uma fina toalha e conformada com sua morte, Tova conta que foi salva por gritos e protestos com sons de gemidos da guarda de Hitler.
As ordens eram para interromper o processo de extermínio naquele dia diante da necessidade de realocar o grupo de judeus para outro pavilhão.
"O que vi em Auschwitz é algo em que ainda penso todos os dias. Mesmo naquele dia em que estávamos sendo levados para a câmara de gás, virei para minha amiga e disse: 'Talvez seja a nossa vez', conta Tova em vídeo"
A idosa narra que, naquela época, já havia se conformado com a ideia de sua morte e a das outras crianças judias.
“Ainda é chocante para mim que o mundo tenha permitido que isso acontecesse”, declara a terapeuta.
Confira um dos relatos da idosa que sobreviveu ao holocausto
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A vida de Tova depois do regime nazista
Os pais da terapeuta também sobreviveram ao holocausto e a guerra. No entanto, os traumas do período levaram a vida de sua mãe aos 45 anos.
Depois disso, Tova mudou-se para os Estados Unidos, onde se casou, criou quatro filhos e se tornou terapeuta.
Foi seu neto, Aaron, de 17 anos, que levou os relatos da avó para o Tiktok. Suas memórias somam mais de 45 milhões de visualizações.
O volume de curtidas, comentários e compartilhamentos nos vídeos são incentivos para que ela planeje novos mais conteúdos em breve, conforme relato nas redes sociais.
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Comentários nazistas nas postagens
Apesar dos horrores descritos nos vídeos, nas publicações de Tova, é possível encontrar diversos comentários de pessoas que não acreditam na existência do holocausto, alguns, inclusive, manifestando apoio à tragédia em comentários ofensivos e criminosos como “Hitler estava certo”.
Para o tabloide The Mirror, Aeron revela censurar alguns comentários que sua avó recebe diante da presença do discurso de ódio direcionado à ela. Ainda assim, os ataques, para ele, são a prova de que o conteúdo de Tova é importante.
"É extremamente importante que compartilhemos esses vídeos nas redes sociais porque somos as últimas testemunhas. Quando morrermos, não haverá mais ninguém para contar essas histórias e elas podem ser esquecidas ou negadas", declara a avó.
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