Filha de ideólogo próximo a Putin morre em ataque com carro-bomba
A filha de Alexander Dugin, um ideólogo russo próximo ao Kremlin, morreu no sábado quando o carro que dirigia explodiu perto de Moscou, informou o Comitê de Investigação da Rússia neste domingo.
No momento da explosão, Daria Duguina, jornalista e cientista política e defensora da ofensiva russa na Ucrânia, circulava perto da cidade de Bolshie Viaziomy, a cerca de 40 km de Moscou. Ela dirigia um Toyota Land Cruiser, segundo o comunicado.
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A detonação deveu-se a um artefato explosivo colocado no veículo e tudo indica que "o crime foi planejado e cometido", disseram os investigadores.
A jovem, nascida em 1992, "morreu no local" da explosão, disse o Comitê, que está encarregado das investigações criminais na Rússia e abriu uma investigação por "homicídio".
O alvo do ataque foi Alexander Duguin, disseram pessoas próximas à família, citadas pelas agências de notícias russas, já que, segundo explicaram, Daria Duguina pegou o carro do pai de última hora.
Alexander Duguin, intelectual e escritor ultranacionalista de 60 anos, teórico do neo-eurasianismo, aliança entre Europa e Ásia liderada pela Rússia, está sujeito a sanções da União Europeia desde 2014, após a anexação russa da Crimeia.
Dugin, às vezes chamado de "mente de Putin" ou "Rasputin de Putin", é uma figura que há anos defende a unificação dos territórios de língua russa e apoiou totalmente a operação militar lançada por Moscou na Ucrânia em fevereiro.
Nos últimos anos, a Ucrânia baniu vários de seus livros.
Por sua vez, Daria Duguina estava em uma lista de cidadãos russos sancionados no Reino Unido desde julho por supostamente espalhar "desinformação sobre a Ucrânia" na internet.
Até agora, ninguém assumiu a autoria do ataque.
O líder da República Popular de Donetsk (DNR), autoproclamado por separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, Denis Pushilin, acusou as forças ucranianas do assassinato de Daria Duguina neste domingo.
"Terroristas do regime ucraniano tentaram liquidar Alexander Dugin, mas mataram sua filha", disse Pushilin em sua conta no Telegram.
Da mesma forma, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, María Zakharova, escreveu no Telegram que "se o rastro ucraniano for confirmado (...) e isso deve ser verificado pelas autoridades competentes, estaremos falando de terrorismo de Estado pelo governo de Kiev".
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