Guatemala desarticula organização de traficantes de pessoas aos EUA

Autoridades da Guatemala desarticularam, nesta terça-feira (2), uma das "grandes" estruturas de tráfico ilegal de pessoas para os Estados Unidos, após a detenção de 19 pessoas, informou o Ministério Público.

"O grupo desarticulado se dedicava de forma sistemática à captação, transporte e alojamento de migrantes guatemaltecos em território nacional para em seguida enviá-los ilegalmente aos Estados Unidos", informou em coletiva de imprensa o chefe da promotoria de combate ao tráfico ilegal de imigrantes, Stuardo Campo.

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"É considerado um dos maiores e mais poderosos (grupos) que operava no território" guatemalteco, acrescentou.

A investigação e operação tiveram o apoio da polícia local e da agência Homeland Security Investigations dos Estados Unidos. Campo indicou que o objetivo era prender 27 pessoas, mas que somente 19 foram detidas, entre elas, quatro com pedidos de extradição de um tribunal de San Antonio, Texas.

A investigação contra o organização começou em abril de 2021 após a morte de uma migrante guatemalteca em San Antonio e garantiu que o membros da organização cobraram entre 70 mil e 150 mil quetzais (entre 9 mil e 19.400 dólares aproximadamente) a cada pessoa levada de forma ilegal a solo americano. Os integrantes já teriam acumulado quase dois milhões de dólares em contas bancárias. As autoridades solicitaram uma ordem de apreensão de 17 veículos.

O promotor afirmou que as prisões significam um "precedente importante em matéria de extradição de traficantes de pessoas" porque "praticamente serão as primeiras já realizadas". Entre os presos com pedido de extradição estão o líder da organização, identificado como Felipe Alonso, além da segunda líder, Lesly Martínez.

A procuradora-geral Consuelo Porras informou que as 26 diligências de "busca, inspeção e apreensão de provas" serão realizadas nos departamentos de Huehuetenango (fronteira com o México), El Quiché, Totonicapan, Alta e Baja Verapaz.

Todos os anos, milhares de guatemaltecos e centro-americanos tentam chegar aos Estados Unidos de forma irregular em busca de emprego, fugindo da pobreza e violência de seus países que enfrentam crises econômicas agravadas pela pandemia de covid-19.

Em 27 de junho, 53 migrantes foram encontrados mortos em um caminhão em San Antonio, entre eles 21 guatemaltecos, além de mexicanos e hondurenhos, após serem abandonados sob altas temperaturas nos Estados Unidos.

ec/yow/jc/am

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