Em "Renaissance", Beyoncé faz chamado urgente para a pista de dança

Seis anos depois do álbum "Lemonade", consagrado um clássico, os fãs da "Queen B" foram novamente recompensados com 16 canções em seu novo projeto

21:30 | Jul. 29, 2022

Por: AFP
Beyoncé lançou o álbum 'Renaissance' neste ano (foto: Divulgação)

Beyoncé lançou seu sétimo álbum de estúdio, o "Renaissance", que faz um chamado urgente para dançar sob as luzes das pistas de dança.

Seis anos depois do álbum "Lemonade", consagrado um clássico, os fãs da "Queen B" foram novamente recompensados com 16 canções em seu novo projeto, que revisita Donna Summer e os pais da música Disco, Giorgio Moroder e James Brown.

"Fazer esse álbum me permitiu sonhar e escapar durante um período aterrorizante para o mundo. Me permitiu sentir livre e aventureira em uma época em que quase nada se movia", escreveu Beyoncé, prestes a completar 41 anos, para seus 270 milhões de seguidores no Instagram.

"Queria criar um lugar para me sentir segura, sem preconceitos, sem necessidade de perfeccionismo nem reflexões profundas. Um lugar para gritar, relaxar e sentir-se livre", acrescentou, antes de concluir: "Foi uma bela jornada de exploração".

A cantora já havia antecipado qual seria o rumo de seu trabalho com o lançamento de "Break my soul", relembrando a música dos bailes nos anos 1990, como "Show me love" de Robin S. Um aceno para a música eletrônica, mas também uma forma de homenagear os populares artistas e a comunidade queer negra, responsáveis por moldar o gênero musical em Chicago durante os anos de 1980.

Com músicas dançantes, "Renaissance" conta com "CUFF IT" e "VIRGO'S GROOVE", literalmente um hino ao amor e ao sexo. O álbum é concluído com a esmagadora "SUMMER RENAISSANCE", relembrando o sucesso de Donna Summer em "I feel love".

O destaque da potência vocal de Beyoncé em "Renaissance" é inegável, mas o que ela transmite é um chamado urgente para a pista de dança, com homenagens aos pioneiros do funk, soul, house e disco. Entre as colaborações do álbum, estão inclusas figuras como Nile Rodgers, Skrillex, Grace Jones e seu marido, o rapper e empresário Jay-Z.

Com o vazamento do álbum durante essa semana, os fãs multiplicaram o pedido de paciência e disciplina nas redes sociais. "Nunca vi nada igual. Não posso agradecer o suficiente por tanto amor e proteção", disse a cantora na noite de quinta-feira,  28. em seu perfil do Twitter. Ela também anunciou que "Renaissance" é o primeiro ato da trilogia.

Beyoncé costuma ser manchete quando lança um álbum. Mas, nesta ocasião, optou por um começo clássico, com um single, algumas postagens nas redes sociais e o ensaio para a Vogue britânica, posando em um cavalo sob luzes rosas em uma pista de dança.

Desde "Lemonade", em 2016, seu álbum de maior sucesso, a artista lançou um álbum de músicas ao vivo e um documentário sobre sua participação no festival Coachella, em 2018, intitulado "Homecoming".

Sua aclamada música "Black Parade", feita em meio às grandes manifestações desencadeadas pela morte do afro-americano George Floyd, assassinado por policiais brancos em junho de 2020.

Essa canção permitiu a antiga integrante do grupo Destiny's Child a tornar-se a artista com mais estatuetas do Grammy na história, premiação da industria musical americana, com 28 categorias vencidas.

Assim como Jay-Z, que conta com o recorde de 83 indicações ao Grammy, ela foi constantemente ignorada pelas principais categorias, analisado por muitos como um sintoma da falta de diversidade nas premiações.

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