Estátua de Marielle Franco é inaugurada no Rio de Janeiro
Familiares e simpatizantes da ativista e vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, cujo assassinato em 2018 continua sem solução, inauguraram uma estátua em sua homenagem nesta quarta-feira (27) na capital fluminense, dia em que ela completaria 43 anos.
Obra do escultor Edgar Duvivier, o monumento em tamanho real foi instalado na praça Mário Lago, popularmente conhecida como Buraco do Lume, no centro do Rio, onde Marielle costumava organizar reuniões e atos públicos para prestar contas sobre seu trabalho na Câmara Municipal da cidade.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
"Numa sociedade que é extremamente racista, temos a estátua de Marielle Franco para nos lembrar do mundo que queremos construir", disse Mônica Benício, viúva de Marielle.
Negra, lésbica e nascida na favela, Marielle foi assassinada a tiros junto com seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, aos 38 anos. O crime causou comoção no país e também gerou indignação no exterior.
Militante do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Marielle era uma firme defensora dos direitos dos jovens negros, das mulheres, da comunidade LGBTQIA+ e era bastante crítica da violência policial nas comunidades carentes do Rio de Janeiro.
Quase um ano depois de sua morte, em março de 2019, os investigadores prenderam dois ex-policiais, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados respectivamente de efetuar os disparos e dirigir o carro que perseguiu a vereadora depois que ela havia deixado uma reunião de trabalho.
Os dois negam participação no crime e permanecem presos, à espera de um julgamento. Contudo, até agora, a polícia não determinou quem foi o mandante do crime nem sua motivação.
O monumento, que representa Marielle sorrindo e com o punho esquerdo levantado, foi financiado através de uma arrecadação organizada pelo Instituto Marielle Franco, uma ONG dedicada a difundir o seu legado.
"Essa estátua hoje, a quantidade de mulheres que se espelham hoje em Marielle Franco, é a prova de que ela não foi interrompida [com o assassinato]", disse à AFP a professora Rose Cipriano, que estava com Marielle em seu último compromisso público antes do crime, um debate de mulheres no centro do Rio.
Marielle Franco foi a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro nas eleições municipais de 2016, com mais de 46.000 votos, e se tornou uma inspiração para diversas candidaturas de mulheres negras nos níveis municipal, estadual e federal.
ag-mel/raa/dga/rpr/am