Comissão da Câmara dos Representantes interroga fabricantes de armas dos EUA
A indústria armamentista dos Estados Unidos faturou US$ 1 bilhão na última década com as vendas de armas semiautomáticas AR-15, disse um comissão da Câmara dos Representantes, nesta quarta-feira (27), enquanto legisladores interrogavam fabricantes de armas de fogo.
"Estão escolhendo seus lucros sobre a vida de seus compatriotas", acusou a deputada democrata Carolyn Maloney em uma tensa audiência de um dia da Comissão de Supervisão e Reforma da Câmara dos Representantes. "Isso é além de irresponsável."
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Maloney e outros democratas acusaram os fabricantes de armas de usar táticas de marketing "perigosas" para vender armas para jovens e de não "reconhecer seu papel na violência que assola nossa nação".
Em uma audiência com a presença de vários parentes de vítimas de recentes tiroteios em massa, os democratas pediram a suspensão da imunidade dos fabricantes de armas de ações judiciais para que possam ser responsabilizados.
De acordo com uma lei de 2005, os fabricantes de armas não são responsáveis nos Estados Unidos pelo uso de suas armas de fogo quando um crime é cometido.
Marty Daniel, CEO da Daniel Defense - fabricante da arma usada por um jovem para matar 19 alunos e dois professores em Uvalde, Texas - defendeu as práticas comerciais de sua empresa.
"Acho que a resposta de nossa nação precisa se concentrar não no tipo de arma, mas no tipo de pessoas que provavelmente cometerão tiroteios em massa", afirmou Daniel.
Os legisladores republicanos também atacaram os colegas democratas.
"Os fabricantes de armas não causam crimes violentos", disse o deputado James Comer, de Kentucky. "Criminosos causam crimes violentos."
De acordo com um relatório da Comissão de Supervisão e Reforma da Câmara dos Representantes, cinco grandes fabricantes de armas lucraram mais de US$ 1 bilhão com a venda de rifles de assalto na última década.
A Câmara Baixa americana, controlada pelos democratas, avança pela primeira vez em quase 20 anos em um projeto de lei que proibiria a venda, importação, fabricação ou transferência de certos tipos de armas semiautomáticas.
No entanto, a "Proibição de Armas de Assalto de 2021" estaria fadada ao fracasso no Senado.
Os democratas detêm 50 cadeiras no Senado de 100 membros e seriam necessários 10 votos republicanos para levar a medida ao plenário.
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