Secretário de Defesa dos EUA destaca no Brasil 'devoção pela democracia'

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, declarou nesta terça-feira que a América está unida pela "devoção pela democracia", e defendeu que as Forças Armadas estejam sob "firme controle civil".

Austin falou na abertura da XV Conferência de Ministros da Defesa das Américas (CMDA), realizada em Brasília, dias após o presidente Jair Bolsonaro lançar sua candidatura à reeleição com ataques ao Supremo Tribunal Federal e à Justiça Eleitoral e questionar a confiabilidade do sistema de voto eletrônico do país diante de embaixadores estrangeiros.

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"Como já disse o presidente (Joe) Biden, a democracia é a marca registrada das Américas. E acreditamos que todo o Hemisfério Ocidental pode ser seguro, próspero e democrático. (..) Estamos unidos por nosso compromisso com o Estado de Direito e nossa devoção à democracia", garantiu o secretário americano, sem citar o Brasil ou nenhum outro país.

Na última terça-feira, a embaixada dos Estados Unidos no Brasil afirmou em comunicado que as eleições brasileiras "servem como modelo para o mundo". A declaração aconteceu após Bolsonaro questionar, sem provas, a suposta vulnerabilidade das urnas eletrônicas em uma reunião com dezenas de embaixadores e diplomatas estrangeiros.

"Quanto mais aprofundamos nossas democracias, mais aprofundamos nossa segurança", acrescentou Austin, enfatizando que "a dissuasão credível requer forças militares e de segurança" que estejam sob "firme controle civil".

O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, disse nesta terça-feira que o Brasil respeita a Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Carta Democrática Interamericana e seus valores, princípios e mecanismos", um documento o qual afirma que os governos têm a obrigação de defender a democracia.

A CMDA, composta por 34 países, reúne a cada dois anos ministros da Defesa da região para promover e trocar ideias e experiências sobre defesa e segurança. A XV conferência vai até quinta-feira, quando os participantes devem assinar uma declaração conjunta com as conclusões dos debates e compromissos assumidos durante o encontro em Brasília.

Bolsonaro disse em várias ocasiões, sem apresentar provas, que houve fraude na eleição de 2014 (vencida por Dilma Rousseff) e na eleição de 2018, na qual afirma ter vencido no primeiro turno.

Opositores e alguns analistas avaliam que a posição de Bolsonaro faz parte de uma estratégia para não reconhecer uma eventual derrota nas eleições presidenciais deste ano e afetar o processo eleitoral.

msi/mel/ap/lb

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