Milhares de pessoas protestam na Hungria a favor dos direitos LGBTQIAP+

Em uma ponte da cidade, um grupo de manifestantes removeu uma faixa que comparava a homossexualidade com a pedofilia

14:37 | Jul. 23, 2022

Por: AFP
Pessoas participam da Parada do Orgulho LGBTIQA+ em Budapeste em 23 de julho de 2022, em memória dos motins de Stonewall, o primeiro grande levante de homossexuais contra agressões policiais na cidade de Nova York em 27 de junho de 1969 (foto: FERENC ISZA / AFP)

Milhares de pessoas se manifestaram em defesa dos direitos LGBTQIAP+ neste sábado, 23, em Budapeste, capital da Hungria. Os protestos aconteceram um ano após uma lei considerada descriminatória entrar em vigor na União Europeia (UE).

Entre bandeiras e faixas com as cores do arco-íris, os manifestantes condenaram o texto adotado no verão passado, que proíbe a "representação ou promoção" da homossexualidade, resignação de gênero ou mudança de sexo entre menores.

"É uma ferramenta para dividir as pessoas e colocá-las umas contra as outras", disse Armin, um especialista em Marketing que preferiu não informar o sobrenome.

"Para ser honesto, a situação é deprimente", destacou Pal Vas, de 18 anos. Ele deixará a Hungria em setembro para estudar.

"Tenho a sorte da minha família e amigos serem abertos, mas conheço tantas pessoas LGBTQIAP+ que precisam se esconder", explica o jovem, que disse ter sido insultado na rua recentemente. "Só porque usava uma camiseta rosa", acrescenta.

Em uma ponte da cidade, um grupo de manifestantes removeu uma faixa que comparava a homossexualidade com a pedofilia, na margem da nova norma.

O texto provocou uma onda de indignação na Europa e, depois de sua adoção, a Comissão Europeia lançou um processo de infração contra a Hungria, antes de encaminhar o assunto ao Tribunal de Justiça da UE em meados de julho.

Entretanto, o primeiro-ministro nacionalista e ultraconservador Viktor Orban, cujo país está na mira de Bruxelas por minar o Estado de Direito, insiste que a lei não é homofóbica e visa "proteger os direitos das crianças".