Tigres selvagens são mais numerosos no mundo do que se pensava
10:06 | Jul. 21, 2022
Os tigres selvagens são 40% mais numerosos no mundo do que se pensava e a população de Panthera tigris "parece estar se estabilizando ou até aumentando", mesmo que continue sendo uma espécie ameaçada, revelou nesta quinta-feira (21) a União Internacional para a Conservação da Natureza.
Por outro lado, a borboleta-monarca migratória, uma majestosa borboleta capaz de percorrer milhares de quilômetros por ano para se reproduzir, passou a integrar a Lista Vermelha da UICN, principalmente por causa das mudanças climáticas e da destruição de seu habitat.
A última avaliação da população mundial de tigres que vivem na natureza remonta a 2015 e a nova contagem estimou o número desses felinos com pelo laranja listrado de preto entre 3.726 e 5.578.
O salto de 40% "é explicado por melhorias nas técnicas de rastreamento, mostrando que há mais tigres do que se pensava anteriormente e que o número de tigres no mundo parece estar estável ou aumentando", escreve a UICN na atualização de sua Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas.
"As tendências demográficas indicam que projetos como o Programa Integrado de Conservação do Habitat dos Tigres da UICN são eficazes e que uma recuperação é possível enquanto os esforços de conservação continuarem", observa a UICN, que tem mais de 1.400 organizações-membros.
No entanto, o tigre não está fora de perigo e continua sendo uma espécie ameaçada de extinção.
"As principais ameaças incluem a caça dos tigres e a caça de suas presas, bem como a fragmentação e destruição de seu habitat devido às crescentes pressões da agricultura e dos assentamentos humanos", sublinha a UICN.
"Para proteger esta espécie, é essencial expandir e conectar as áreas protegidas, garantir que sejam geridas de forma eficaz e trabalhar com as comunidades locais que vivem dentro e ao redor dos habitats dos tigres", acrescenta.
Por outro lado, a borboleta-monarca migratória, uma subespécie da borboleta-monarca (Danaus plexippus), viu sua população na América do Norte diminuir "entre 22% e 72% na última década", observa a UICN.
"Esta atualização da Lista Vermelha destaca a fragilidade das maravilhas naturais, como o espetáculo único das borboletas-monarca migrando milhares de quilômetros", comenta o diretor-geral da UICN, Dr. Bruno Oberle, em um comunicado à imprensa.
A extração de madeira, o desmatamento, mas também os pesticidas e herbicidas "matam borboletas e serralha, a planta hospedeira da qual as larvas da borboleta monarca se alimentam", acrescenta a UICN.
"É doloroso ver as borboletas-monarca e sua extraordinária migração à beira do colapso", ressalta Anna Walker, da New Mexico BioPark Society, que liderou a avaliação da borboleta-monarca.
A população ocidental diminuiu cerca de 99,9% desde a década de 1980. A população oriental, que é maior, diminuiu 84% entre 1996 e 2014.
"A questão de saber se existem borboletas suficientes para manter as populações e evitar sua extinção continua sendo uma preocupação", alerta a UICN.
Para Anna Walker, "há sinais de esperança" na mobilização do público e das organizações para tentar proteger esta borboleta e os seus habitats.
A situação dos esturjões - igualmente migratórios - também está indo de mal a pior, incluindo a da beluga, famosa por suas ovas transformadas em caviar e pela sua carne, segundo esta lista.
"Todas as espécies de esturjão ainda vivas no hemisfério norte, também migratórias, estão agora ameaçadas de extinção devido às barragens e à caça", observa a UICN.
Das 26 espécies de esturjão restantes do mundo, 100% estão agora ameaçadas de extinção, um declínio mais acentuado do que se pensava anteriormente devido à caça ilegal ou barreiras à migração.
O esturjão-do-yangtzé (Acipenser dabryanus) passou da categoria Criticamente Ameaçado para Extinto na Natureza. A reavaliação também confirmou a extinção do peixe-espátula-chinês (Psephurus gladius).
A Lista Vermelha classifica as espécies em uma das oito categorias de ameaças. Um total de 147.517 espécies foram avaliadas na última versão, sendo 41.459 espécies consideradas ameaçadas de extinção: destas, 9.065 estão criticamente ameaçadas; 16.094 estão em perigo e 16.300 são consideradas vulneráveis.
Criada em 1964, a Lista Vermelha inclui 902 espécies já extintas e 82 espécies extintas na natureza.
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