UE debate novas sanções contra a Rússia após demissões por traição na Ucrânia

A União Europeia debate novas sanções contra a Rússia nesta segunda-feira (18) pela invasão da Ucrânia, onde o presidente Volodimir Zelensky demitiu sua procuradora-geral e o chefe da agência de segurança nacional sob a acusação de traição.

A guerra, que começou em 24 de fevereiro, não para. Kiev acusou neste fim de semana Moscou de lançar novos ataques em áreas residenciais no leste e sul da Ucrânia.

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Os chanceleres da União Europeia (UE) vão avaliar várias propostas nesta segunda-feira em Bruxelas, incluindo uma da Comissão Europeia (braço executivo do bloco), que recomenda a proibição da compra de ouro da Rússia.

"Moscou deve continuar pagando um preço alto por sua agressão", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na sexta-feira.

Uma decisão dos ministros das Relações Exteriores não é esperada nesta segunda-feira, antecipou um alto funcionário europeu à AFP.

Ao chegar a Bruxelas para a reunião, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, reiterou seu pedido para que a Rússia desbloqueie os portos ucranianos e permita a exportação de milhões de toneladas de grãos.

A União Europeia tem "esperanças" de que um acordo seja alcançado esta semana, disse ele, referindo-se às negociações em andamento entre Rússia, Ucrânia, Turquia e ONU.

É "uma questão de vida ou morte" (...). "A vida de (...) dezenas de milhares de pessoas depende deste acordo", acrescentou.

Na Ucrânia, o presidente Zelensky anunciou no domingo a demissão da procuradora-geral Iryna Venediktova e do chefe da agência de segurança nacional Ivan Bakanov. Em uma mensagem à nação, Zelensky disse que cerca de 650 casos de possível traição, ajuda e cumplicidade com a Rússia entre autoridades de segurança ucranianas estão sendo investigados.

Venediktova era responsável pelas investigações sobre as atrocidades cometidas contra civis durante a ocupação russa da cidade de Bucha, nos arredores de Kiev.

Zelensky também falou em seu discurso sobre o poder militar devastador que a Rússia usou contra a Ucrânia, dizendo que as forças russas dispararam mais de 3.000 mísseis de cruzeiro contra alvos na Ucrânia.

Os combates mais intensos continuam se concentrando na bacia industrial e de mineração do Donbass, no leste da Ucrânia.

No domingo, o governador regional de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, acusou Moscou de bombardear "infraestruturas civis, especialmente instituições educacionais". Vários "grandes bombardeios" também foram registrados em Mykolaiv (sul), perto do Mar Negro, informou o governador regional, Vitaliy Kim.

Em entrevista à BBC transmitida no domingo, o chefe da Marinha britânica, almirante Tony Radakin, estimou que 50.000 soldados russos foram mortos ou feridos desde o início da invasão, e que quase 1.700 tanques russos e cerca de 4.000 veículos blindados de combate foram destruídos.

Radakin estimou que as forças terrestres russas poderiam representar uma ameaça menor agora, mas mais de 20 semanas após a invasão, Moscou disse no sábado que intensificará suas operações militares.

O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, "deu as instruções necessárias para continuar aumentando" a pressão militar, disse o ministério.

No sábado, a operadora de energia nuclear ucraniana acusou as forças russas de implantar lançadores de mísseis na usina nuclear de Zaporizhzhia e usar a instalação para bombardear a região de Dnipro.

O Ministério da Defesa russo disse em seu relatório diário no domingo que destruiu um "armazém de mísseis antinavio Harpoon entregues à Ucrânia pela Otan" na cidade portuária de Odessa.

A Ucrânia negou a alegação, acusando a Rússia de destruir as "instalações de armazenamento" de uma empresa sem vínculos militares.

Enquanto isso, a polícia russa deteve brevemente a jornalista Marina Ovsyannikova no domingo, que interrompeu uma transmissão de televisão ao vivo em março para denunciar a ação militar na Ucrânia, disse a própria repórter.

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