'Ganhe quem ganhar': Maduro espera relações de paz com novo presidente da Colômbia

21:22 | Jun. 01, 2022

Por: AFP

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, garantiu nesta quarta-feira (1º) que espera manter relações de paz e cooperação com o novo chefe de Estado que sair vencedor do segundo turno das eleições em 19 de junho na Colômbia.

"A paz e a irmandade é o que queremos com a Colômbia, ganhe quem ganhar a Presidência na Colômbia, queremos paz e cooperação com a Colômbia e vamos conseguir isso", afirmou o líder venezuelano em um ato de governo.

Maduro, que há meses defende a "normalização" das relações que foram rompidas durante sua gestão, destacou também que cerca de 6 milhões de colombianos vivem na Venezuela, um número questionado por associações colombianas.

O presidente venezuelano não se posicionou em favor de nenhum candidato, mas insistiu na "irmandade" de seu país com a Colômbia.

A nação vizinha decidirá quem será seu próximo presidente na disputa entre Gustavo Petro, de esquerda, e Rodolfo Hernández, um milionário e outsider da política. Ambos manifestaram a intenção de retomar as relações com a Venezuela.

As relações entre Venezuela e Colômbia são problemáticas há alguns anos. Em 2015, o governo de Maduro ordenou fechar a fronteira após denunciar uma "emboscada" contra militares venezuelanos, o que interrompeu o fluxo comercial entre os dois países que compartilham uma extensa fronteira terrestre de cerca de 2.200 quilômetros.

Em outubro de 2021, a Venezuela anunciou a "abertura comercial" de sua fronteira com a Colômbia no estado de Táchira (oeste), mas a passagem se mantém restrita e volta a ser fechada de acordo com as tensões entre os dois governos.

A passagem fronteiriça, a mais importante do país, foi fechada em fevereiro de 2019, após uma tentativa fracassada de envio de ajuda humanitária liderada pelo opositor venezuelano Juan Guaidó, reconhecido pelo governo de Iván Duque como presidente encarregado da Venezuela.

Naquela oportunidade, Maduro considerou o episódio como uma tentativa de "invasão" estrangeira, rompeu relações diplomáticas com Bogotá por seu reconhecimento a Guaidó e, inclusive, fechou a passagem para pedestres.

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