Novas greves afetam ferrovias britânicas e transporte aéreo na Europa
O sistema ferroviário do Reino Unido ficou virtualmente paralisado neste sábado (25) e os voos na Europa sofriam perturbações, especialmente na Bélgica, por greves no setor dos transportes.
Dezenas de milhares de trabalhadores ferroviários britânicos voltaram a fazer greve, pelo terceiro dia esta semana, para reivindicar aumentos salariais para fazer frente à inflação, que atinge níveis recorde no país.
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A paralisação, que começou na terça-feira e também ocorreu na quinta, é a mais importante em três décadas.
Estava prevista a circulação de apenas um trem de cada cinco e que metade das linhas permanecessem fechadas, segundo o departamento de trânsito. Além disso, a circulação se limita a entre 07h30 e 18h30 locais (03h30 e 14h30 em Brasília). Também estão previstas perturbações neste domingo.
O presidente do Rail Delivery Group, que representa os operadores ferroviários britânicos, Steve Montgomery, aconselhou os usuários a viajar apenas "em caso de necessidade", e que se informem antes de fazê-lo.
O sindicato de transportes RMT, que convocou esta greve de três dias, reivindica aumentos salariais com base na inflação, mas também denuncia a perspectiva de "milhares de demissões" e de piora nas condições de trabalho.
"Em uma economia moderna, os trabalhadores devem receber corretamente por seu trabalho, beneficiar-se de boas condições e ter a tranquilidade de que não perderão seus empregos", declarou o secretário-geral da organização, Mike Lynch.
Por sua vez, o ministro dos Transportes, Grant Shapps, acusou o RMT de "prejudicar a vida das pessoas que trabalham duro todos os dias", em postagem no Twitter.
O governo do primeiro-ministro Boris Johnson anunciou esta semana sua intenção de modificar a lei para permitir substituir os grevistas com trabalhadores temporários e reduzir o que considera um impacto "desproporcional" das paralisações.
Diante do aumento do custo de vida, não apenas no Reino Unido, mas em toda a Europa, cresce o descontentamento entre a população e a ameaça de um verão boreal com greves em todo o continente.
Os tripulantes de cabine da companhia aérea irlandesa Ryanair em cinco países - Espanha, Itália, França, Portugal e Bélgica - coordenaram uma greve neste fim de semana para protestar por suas condições de trabalho.
Na Bélgica, apenas 41% dos voos previstos da Ryanair decolaram neste sábado do aeroporto de Charleroi, nos arredores de Bruxelas, e a companhia se viu obrigada a cancelar 127 voos entre ontem e hoje, contou à AFP uma porta-voz aeroportuária.
A situação na Bélgica se viu complicada por uma paralisação de três dias dos funcionários da companhia Brussels Airlines, que terminou neste sábado e forçou o cancelamento de 60% dos voos da empresa pertencente à alemã Lufthansa desde a última quinta-feira.
Na Espanha, o pessoal da Ryanair efetuou seu segundo dia de greve, o que resultou em atrasos, mas sem cancelamentos de voos.
Um dos sindicatos que convocou a greve assinalou pela manhã que "houve atrasos em 15 voos, tanto de chegada como de saída".
"Espera-se que esta situação piore ao longo do dia e amanhã, uma vez que o sistema de lucro máximo da Ryanair, de permitir o tempo mínimo indispensável entre um voo e outro, provocará atrasos em cadeia", acrescentou a associação.