Traficante brasileiro tenta evitar extradição da Hungria
Um ex-policial apelidado de "Pablo Escobar brasileiro", suspeito de comandar uma organização de tráfico de cocaína para a Europa, compareceu nesta quinta-feira (23) perante um tribunal na Hungria para evitar ser extraditado para seu país.
Sérgio Roberto de Carvalho, descrito pela polícia brasileira como um dos "maiores traficantes internacionais", foi preso na terça-feira na capital húngara, Budapeste.
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O juiz perante o qual compareceu nesta quinta-feira indicou que a prisão foi realizada com base em um alerta vermelho da Interpol emitido por um tribunal brasileiro em novembro de 2020.
De acordo com essa notificação, Carvalho foi acusado de estar envolvido no tráfico de 45 toneladas de cocaína do Brasil para a Europa entre 2017 e 2019 e de ter lavado milhões de dólares por meio de várias empresas de fachada.
Carvalho afirmou que o processo contra ele se deu por motivos políticos e seu advogado argumentou que no Brasil ele não teria um julgamento justo.
O magistrado deixou a decisão final nas mãos da ministra da Justiça, Judit Varga, e estendeu sua detenção até 2 de agosto.
A polícia húngara disse na quarta-feira que foi avisada por seus parceiros internacionais de que Carvalho estava no país, mas que a investigação foi dificultada porque o acusado tinha 10 documentos de identidade diferentes.
Segundo a polícia, a princípio, o brasileiro negou sua verdadeira identidade, que acabou sendo estabelecida por suas impressões digitais.
Segundo a imprensa brasileira, Carvalho é ex-policial e usou documentos falsos para enganar as autoridades na Europa, onde morava.
Na Espanha, ele foi preso sob identidade falsa por suposto tráfico de drogas e, após pagar fiança que lhe permitiu responder em liberdade, simulou sua morte por covid em 2020 com um atestado falso para fugir da justiça, segundo reportagem da TV Globo do ano passado.
A ordem de prisão de Carvalho foi emitida no âmbito da Operação "Enterprise" e permitiu o confisco de "mais de 500 milhões de reais (cerca de 100 milhões de dólares no câmbio atual) da organização criminosa que ele liderava", disse a polícia brasileira.
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