França, Espanha e Itália sofrem ondas prematuras de calor com incêndios e secas

A França é afetada desde terça-feira por uma onda de calor vinda do Magrebe via Espanha, que afetou primeiro o sudoeste do país antes de se espalhar, assim como sua vizinha Espanha, que já leva vários dias em temperaturas sufocantes que também agravam a seca no norte da Itália.

A Météo-France espera que o clima continuará escaldante na sexta-feira em grande parte da França, com a onda de calor se estendendo às regiões do norte e se intensificando ainda mais no oeste e no sul.

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Na parte da tarde, Météo-France prevê 36 a 39ºC nestas regiões, com picos de 40ºC.

Atribuídas ao aquecimento global, as ondas de calor estão aumentando em todo o mundo.

Esta onda "tem um efeito agravante na secura do solo" após uma primavera e um inverno particularmente secos e acentua "o risco de incêndio florestal", explicou à AFP Olivier Proust, meteorologista da Météo-France.

Este é o cenário que enfrenta a vizinha Espanha, que há seis dias sufoca, com temperaturas que em alguns lugares ultrapassam os 40ºC.

O incêndio mais preocupante acontece perto de Baldomar, na província de Lérida (Catalunha, nordeste), onde o fogo já destruiu 500 hectares de floresta, mas tem "potencial" para se espalhar para 20.000 hectares, segundo o governo regional.

Nesta fase, ninguém foi evacuado na região, mas as autoridades colocaram algumas áreas residenciais em alerta como medida de precaução.

Em Lérida, são esperadas temperaturas de até 41ºC nesta quinta-feira, segundo a Agência Meteorológica Espanhola (Aemet), que também prevê temperaturas superiores a 40ºC em Badajoz (sudoeste) e Saragoça (nordeste).

Na Catalunha, outros dois incêndios florestais estavam ativos esta manhã em Solsonés e Tierra Alta, com quase 300 hectares queimados em ambos os casos, segundo o governo catalão.

Outro incêndio ocorre na Sierra de la Culebra, em Zamora (centro).

Esta onda de calor, incomum neste período do ano na Espanha, resultou desde o último fim de semana numa explosão de temperaturas em todo o país, com picos de até 43ºC.

Segundo Aemet, deve durar até sábado.

A Espanha, que este ano viveu o maio mais quente desde o início do século, segundo a agência meteorológica, já passou por quatro episódios de temperaturas extremas nos últimos dez meses.

A multiplicação das ondas de calor, particularmente na Europa, é consequência direta do aquecimento global, explicam os cientistas, com as emissões de gases de efeito estufa aumentando tanto a intensidade, quanto a duração e a frequência desses fenômenos.

Diante de temperaturas que colocam os corpos à prova, algumas empresas se adaptam modulando os horários, principalmente na construção civil.

Na França, as prefeituras adotam medidas para aliviar os moradores. Em Bordeaux (sudoeste), nebulizadores foram instalados em locais conhecidos como "fornos".

E em Lyon, a prefeitura ampliou o horário de funcionamento dos parques e jardins.

No norte da Itália, as autoridades já racionalizaram a água em algumas cidades da planície de Padana e a região da Lombardia se preparava para declarar estado de emergência devido a uma seca recorde que ameaça as colheitas.

A Planície do Pó, que atravessa o norte do país fortemente agrícola, está enfrentando sua pior seca em 70 anos. Em algumas áreas, não chove há mais de 110 dias, segundo o Observatório do Rio Po, o maior reservatório de água da península.

bur-cco/pz/mr

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