Sinais de escavação são investigados em local onde desapareceram jornalista e indigenista
Autoridades brasileiras investigavam nesta sexta-feira (10) sinais de escavações em uma área vizinha ao local onde foram vistos pela última vez o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista brasileiro Bruno Pereira, desaparecidos desde o domingo na Amazônia.
Mergulhadores dos bombeiros se deslocaram para a comunidade Cachoeira, na cidade de Atalaia do Norte, em uma região remota do estado do Amazonas, depois que voluntários disseram ter visto sinais de escavação nas margens do rio Itaquaí, por onde passaram o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira.
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"O relato [que temos] é de terra batida, como se tivesse cavado algo aí no local, enterrado alguma coisa, jogado barro no fundo. A gente vai verificar com uma varredura aí no fundo para ver se encontra algo", disse o subtenente do Corpo de Bombeiros, Geonivan Maciel, à imprensa no local.
"A gente não pode dizer se tem vestígio concreto no local, mas a gente vai verificar a situação para ver se realmente há alguma coisa que possa identificar algo dos dois desaparecidos", acrescentou.
Alvo de críticas de familiares dos desaparecidos e de grupos indígenas pela demora em enviar um dispositivo de rastreamento, as autoridades intensificaram as buscas para encontrar alguma pista do paradeiro de ambos.
Na quinta-feira, a polícia encontrou vestígios de sangue na embarcação de um homem que foi preso após o desaparecimento de Phillips, de 57 anos, colaborador do jornal britânico The Guardian, e de Pereira, de 41, indigenista da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Phillips e Pereira viajavam juntos pela região do Vale do Javari, extremo oeste do estado do Amazonas, onde faziam entrevistas para um livro sobre preservação ambiental.
Eles se deslocavam de barco para a localidade de Lago do Jaburu e deviam voltar a Atalaia do Norte na manhã de domingo. Foram vistos pela última vez em São Gabriel, não muito longe de seu destino.
A Polícia Federal admitiu na quarta-feira não descartar "nenhuma linha de investigação", inclusive a de homicídio, em uma região considerada "perigosa".
Situada na fronteira com o Peru e a Colômbia, a região abriga uma terra indígena protegida de 8,5 milhões de hectares, e sofre com a presença de narcotraficantes, pescadores, madeireiros e garimpeiros ilegais em busca de seus recursos naturais.
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