Vaticano cria comissão ética para seus investimentos
O Vaticano, que há um ano enfrenta um importante julgamento por fraude financeira na compra de um luxuoso edifício em Londres, criou uma comissão encarregada de fiscalizar a ética de seus investimentos imobiliários.
Introduzido pela nova Constituição vaticana, que entrou em vigor em 5 de junho, o órgão consultivo será composto por quatro especialistas nomeados por cinco anos e presidido pelo cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell, informou a Santa Sé.
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Sua função será "garantir o caráter ético dos investimentos imobiliários da Santa Sé, segundo a doutrina social da Igreja e, ao mesmo tempo, avaliar se rentabilidade e riscos são adequados", afirma a Constituição.
A notícia é divulgada enquanto cerca de dez pessoas, incluindo o cardeal Angelo Becciu, são processadas por fraude, peculato, abuso de poder, lavagem de dinheiro, corrupção e extorsão.
O eixo central do julgamento é a compra pela Santa Sé de um edifício de prestígio em Londres, com uma série de irregularidades. Devido ao escândalo, Becciu foi afastado de suas funções e privado de seus privilégios como cardeal pelo papa Francisco em setembro de 2020.
A aquisição do imóvel foi feita por um preço superior ao seu valor real através de pacotes financeiros altamente especulativos, intermediada por dois empresários italianos residentes em Londres.
O caso representa um desafio para o papa Francisco, pois revela a falta de controle nas finanças do Vaticano, para o qual ele precisou iniciar uma reforma interna e eliminar os privilégios obscuros de várias entidades.
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