O que se deve saber antes do encontro entre Joe Biden e Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro se reunirá pela primeira vez com o contraparte americano, Joe Biden, nesta quinta-feira (9), em Los Angeles, após ter mantido uma relação fria devido à sua proximidade com seu antecessor, Donald Trump.

Confira a seguir alguns dos temas que mais dividem os dois presidentes e marcarão o encontro, previsto à margem da Cúpula das Américas.

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Bolsonaro, conhecido como o "Trump dos trópicos", é um grande admirador do ex-presidente republicano, de quem copiou métodos e estratégias, segundo analistas, como sua preferência pelas redes sociais como meio para se comunicar.

O presidente brasileiro foi um dos últimos líderes mundiais a reconhecer a vitória de Biden sobre Trump, o que só fez 35 dias depois das eleições, em dezembro de 2020. Além disso, adotou o discurso do republicano de que pode ter havido "fraude" na votação.

Em seguida, prometeu uma relação "pragmática" e de "aproximação" com Biden, que de fato avançou pouco.

Na terça-feira, dois dias antes da reunião, Bolsonaro afirmou em uma entrevista que ainda duvida do resultado da eleição americana: "Trump estava muito bem. E muita coisa chegou para gente que a gente fica com pé atrás".

Assim como Trump nos Estados Unidos, Bolsonaro levanta - sem provas - o fantasma de uma possível fraude orquestrada através do sistema de urna eletrônica para favorecer o esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva, favorito nas pesquisas para a eleição presidencial del 2 de outubro.

Altos membros da Justiça brasileira e políticos opositores temem que as ameaças de Bolsonaro podem se tornar um desafio concreto ao resultado, caso ele seja derrotado.

Nesta quarta, um assessor de Biden afirmou que o presidente democrata "discutirá eleições abertas, livres, justas, transparentes e democráticas" com Bolsonaro.

A Ucrânia representa o mais recente episódio controverso na relação bilateral.

Em fevereiro, a visita de Bolsonaro ao presidente russo, Vladimir Putin, a quem ofereceu sua "solidariedade" dias antes de que invadisse a Ucrânia, gerou mal-estar nos Estados Unidos. O país garantiu que a viagem havia deixado o Brasil isolado da "grande maioria da comunidade internacional".

Bolsonaro declarou que mantém uma posição "neutra" em relação ao conflito.

Biden tem sido um dos presidentes que mais aumentou a pressão sobre o governo brasileiro para que combata ativamente o desmatamento na Amazônia, que registrou os piores indicadores em uma década durante o mandato de Bolsonaro.

Durante sua campanha, o democrata prometeu se unir a outro países e disponibilizar um fundo milionário para que o Brasil detenha o desmatamento ou, caso contrário, sofra "consequências econômicas significativas".

Em uma cúpula climática organizada por Biden em abril de 2021, Bolsonaro prometeu buscar a neutralidade de carbono até 2050, dez anos à frente da meta anterior, não conseguindo convencer seus críticos de sua súbita conversão a uma agenda ambientalista.

Para Bolsonaro, o governo Biden tem uma "obsessão pela questão ambiental" que "dificulta um pouco" a relação, conforme declarou em agosto de 2021.

"É importante equilibrar a visão: Nós temos dever de casa e eles têm dever de casa. Não se trata de um pedindo coisas ao outro, mas os dois dizendo que vão fazer em termos dos compromissos que assumiram", afirmou à AFP Pedro da Costa e Silva, secretário das Américas do Itamaraty.

Apesar das desavenças diplomáticas, a relação comercial se mantém próxima.

Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Os intercâmbios entre os dos países ultrapassaram os 26 bilhões de dólares entre janeiro e abril deste ano, um aumento de 41% em relação ao mesmo período de 2021.

A maior nação da América Latina compra dos Estados Unidos - entre os principais produtos - óleos combustíveis ou minerais e motores e máquinas não elétricas. Enquanto tem como principais itens de exportação produtos semi-acabados de ferro ou aço e aeronaves.

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