Bolsonaro pede justiça 'sem exageros' para polícias após morte por asfixia

18:39 | Mai. 30, 2022

Por: AFP

El presidente Jair Bolsonaro pediu nesta segunda-feira (30) "justiça sem exageros" para os agentes da polícia rodoviária envolvidos na morte de um homem asfixiado com gás após ser trancado no porta-malas de uma viatura.

"A justiça vai existir nesse caso e, com toda a certeza, todos queremos isso", declarou Bolsonaro, que falou durante uma coletiva de imprensa em Recife, após sobrevoar a região atingida por um temporal que provocou a morte de pelo menos 91 pessoas.

Mas "sem exageros e sem pressão por parte da mídia, que sempre tem um lado: o lado da bandidagem", completou o presidente.

O país se indignou com a morte de Genivaldo de Jesus Santos, um homem de 38 anos que foi abordado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) enquanto dirigia uma moto em Umbauba, uma pequena cidade do estado de Sergipe.

O homem, que padecia de esquizofrenia e não havia sido acusado de nenhum crime, de acordo com a imprensa, morreu após ser colocado no porta-malas de uma viatura policial do qual saia uma fumaça espessa, segundo um vídeo de uma testemunha que viralizou nas redes sociais e na mídia.

Bolsonaro disse que "lamenta o ocorrido" e defendeu a PRF, garantindo que "não podemos generalizar tudo o que acontece em nosso Brasil, a PRF faz um trabalho excepcional para todos nós".

A PRF alegou na quinta-feira que os agentes usaram "técnicas de imobilização e instrumentos de baixo potencial ofensivo" diante da "agressividade" do homem durante o controle rotineiro das rodovias.

No vídeo, é possível ver dois agentes da PRF tentando trancar Genivaldo dentro do porta-malas, com as pernas do homem à mostra e se debatendo. Em seguida, uma fumaça branca sai de dentro do veículo e Genivaldo para de se mexer.

A PRF informou na quinta-feira que afastou os agentes envolvidos no caso. O Ministério Público Federal (MPF) abriu um processo civil e outro criminal.

O caso comoveu o país e a organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) expressou sua "consternação".

Uma investigação da rede Globo mostrou no domingo que, nos últimos 12 anos, pelo menos 18 homens em seis estados brasileiros relataram ter sido trancados dentro de viaturas policiais com gás lacrimogêneo, uma espécie de "câmara de gás" semelhante a que levou Genivaldo à morte.

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