China critica proibição da Huawei e ZTE nas redes 5G do Canadá

A China criticou nesta sexta-feira (20) a decisão "sem fundamento" do Canadá de proibir a instalação de redes 5G dos grupos chineses de telecomunicações Huawei e ZTE por preocupações de segurança nacional.

As relações entre os dois países são tensas desde 2018, quando aconteceu a detenção no Canadá, a pedido dos Estados Unidos, de Meng Wangzhou, diretora financeira da Huawei.

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Em um cenário de grande rivalidade, Washington, ao mesmo tempo, aumentou a pressão nos últimos anos contra as grandes empresas de tecnologia chinesas.

O governo americano acusa com frequência a Huawei de representar um perigo para a segurança nacional por seus possíveis vínculos com os serviços de inteligência chineses, algo que a empresa nega.

Washington pede a seus aliados que afastem a ZTE e, especialmente, a Huawei de suas redes 5G, alegando que Pequim poderia utilizar estas empresas para vigiar as comunicações e o tráfego de dados de um país.

Depois de anos de dúvidas, o Canadá decidiu na quinta-feira proibir a instalação de redes 5G aos dois grupos.

Hoje anunciamos nossa intenção de proibir a inclusão de produtos e serviços de Huawei e ZTE nos sistemas de telecomunicações do Canadá", disse o ministro da Indústria do Canadá, Francois-Philippe Champagne.

"Isto é consequência de uma revisão exaustiva por parte de nossas agências de segurança e em consulta com nossos aliados mais próximos", completou o ministro.

Nesta sexta-feira, Pequim não escondeu a irritação.

"A China se opõe com veemência a isto", afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, antes de acrescentar que Pequim adotará "todas as medidas necessárias" para proteger as empresas chinesas.

Ele não explicou as eventuais medidas.

O Canadá já proibia a Huawei de participar nas licitações públicas para equipamentos básicos de rede.

Estados Unidos, Austrália, Reino Unido, Nova Zelândia, Japão e Suécia já bloquearam ou restringiram o uso de tecnologia da Huawei em suas redes 5G.

A tecnologia 5G, que está sendo implantada rapidamente em todo o mundo, oferece acesso de alta velocidade à Internet e deve desempenhar um papel fundamental nos objetos conectados.

O 5G "representa uma grande oportunidade para a concorrência e o crescimento, mas também traz riscos", afirmou o ministro canadense da Segurança Pública, Marco Mendicino.

"Há muitos atores hostis que estão prontos para explorar vulnerabilidades" nas redes de telecomunicações, acrescentou

A relação diplomática entre China e Canadá entrou em um nível de elevada tensão após a detenção, em 2018 em Vancouver, de Meng Wanzhou, executiva da Huawei e filha do fundador do grupo de telecomunicações.

Isto marcou o início de uma grande crise entre os dois países conhecida como "diplomacia de reféns", com a detenção paralela na China de dois canadenses, o ex-diplomata Michael Kovrig e o empresário Michael Spavor.

Os três foram libertados em setembro de 2021, depois que Meng chegou a um acordo judicial com os promotores dos Estados Unidos sobre as acusações de fraude.

A decisão de proibir a presença da Huawei e da ZTE na instalação de redes 5G no Canadá aconteceu no mesmo dia em que a China suspendeu uma proibição de três anos às importações de óleo de canola canadense.

Em março de 2019, as autoridades chinesas revogaram a licença do maior produtor agrícola do Canadá, Richardson, e da empresa Viterra Inc.

A medida foi vista como uma represália de Pequim pela detenção de Meng Wanzhou no Canadá.

bur-ehl-sbr/nth/meb/me/fp

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Canadá diplomacia telecomunicações China política empresas

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