Procuradora-geral da Guatemala é reeleita após sanção dos EUA

A procuradora-geral da Guatemala, Consuelo Porras, foi reeleita nesta segunda-feira pelo presidente do país, Alejandro Giammattei, para mais quatro anos no cargo, apesar de ter sido incluída pelos Estados Unidos em uma lista de "atores corruptos".

O governante garantiu que Consuelo é uma profissional que atende a todos os requisitos constitucionais e que obteve o voto favorável unânime da comissão que avaliou os candidatos. "As acusações midiáticas ou políticas que possam existir de acordo com a nossa Constituição não têm nenhum valor para despojar uma pessoa de sua capacidade, idoneidade e honradez", acrescentou.

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Ao assumir o cargo para o período 2022-2026, Consuelo disse que seu compromisso de realizar um trabalho "sem preconceitos ou ideologias permanece firme. O caminho percorrido não foi fácil, apesar dos ataques constantes dos quais fui alvo por parte de algumas pessoas que buscam uma Justiça parcial."

"Jamais irei tolerar ações arbitrárias que minem os direitos dos cidadãos guatemaltecos. Permanecerei firme em meu compromisso de garantir uma Justiça objetiva, e não seletiva", continuou Consuelo em seu discurso.

Consuelo foi sancionada por Washington em setembro passado, acusada de interferir na investigação de atos de corrupção. Ela teve sua entrada em território norte-americano proibida.

A sanção ocorreu após Consuelo destituir em julho Juan Francisco Sandoval, então chefe da Promotoria Especial Contra a Impunidade (Feci), que fugiu para os Estados Unidos temendo por sua vida, caminho que outros ex-funcionários dessa instância seguiram.

Sandoval, descrito como um "campeão anticorrupção" pelos Estados Unidos, disse que foi solicitado a não investigar o presidente Giammattei sem o consentimento da procuradora-geral.

Recentemente, a comunidade internacional voltou a mostrar seu repúdio às ações do Ministério Público de Consuelo Porras, após a prisão em fevereiro de cinco membros da Feci e de um representante da extinta Comissão Internacional das Nações Unidas Contra a Impunidade na Guatemala (Cicig), que funcionou entre 2007 e 2019.

Aqueles que lideraram as equipes locais de investigação antimáfia, incluindo Sandoval, consideraram que as prisões se devem a uma "vingança" contra os operadores da Justiça que enfrentaram a corrupção, uma afirmação rejeitada pela equipe de Consuelo.

ec/mav/gm/lb

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