Britânico cria meia que detecta estresse em pessoas com demência e autismo
Zeke Steer criou a meia como uma solução tecnológica para pessoas com demência e autismo depois de ver sua bisavó sofrendo efeitos de estresseUm pesquisador do Reino Unido inventou uma meia capaz de detectar comportamentos de estresse em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e alguns tipos de demência. O doutorando Zeke Steer, da Universidade de Bristol, na Inglaterra, queria encontrar uma solução tecnológica depois de ver sua bisavó sofrendo com demência.
As meias monitoram a frequência cardíaca, os níveis de suor e o movimento, permitindo que cuidadores ofereçam assistência antes que o estresse chegue a níveis extremos.
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De acordo com a BBC, a meia, que atua em conjunto com um aplicativo de monitoramento, é uma alternativa a pulseiras que já circulam no mercado, mas que podem gerar estigmatização e até ansiedade aos usuários.
O pesquisador pensou em meias por serem itens de vestuário discreto, usado por boa parte dos britânicos. Elas parecem ter sido compradas em qualquer loja e podem ser lavadas na máquina. Além disso, fornecem um fluxo constante de dados para os cuidadores, que podem acessar facilmente as métricas de seus pacientes em um aplicativo. "O pé é realmente um ótimo lugar para coletar dados sobre estresse", disse o pesquisador em entrevista à BBC.
A ideia
Steer estava trabalhando como engenheiro de software quando sua bisavó, Kath, começou a mostrar os efeitos nocivos da demência. Antes gentil e apaixonada por jazz, a idosa passou a ficar agitada e agressiva. A partir de situações difíceis que viveu com a parente, Steer decidiu investigar como tecnologias de inteligência artificial poderiam ajudar com os sintomas de sua bisavó.
Enquanto trabalhava no projeto, o engenheiro passou a ajudar voluntariamente a Garden House, uma casa de cuidados para idosos em Bristol. Foi quando conseguiu entender as nuances das crises de estresse das pessoas com demência e como o cuidado deve ser realizado.
"A paixão de Zeke ficou clara desde seu primeiro dia conosco e ele trabalhou em estreita colaboração com funcionários, parentes e residentes para entender melhor os efeitos e o tratamento da demência", destacou Fran Ashby, gerente da casa de cuidados.
Como funciona
Primeiramente, o aplicativo Milbotix é instalado em um smartphone e lê o código QR nas meias conectadas à rede Wi-Fi. Com isso, o sensor embutido em uma das peças calçadas coleta dados fisiológicos do pé e do tornozelo da pessoa monitorada. Os dados do sensor são transmitidos para uma nuvem, que processa os dados do sensor e estima a probabilidade de que a pessoa que usa as meias esteja sofrendo.
Quando o estresse é detectado, a equipe assistencial do usuário é alertada por meio do aplicativo Milbotix, que intervém para ajudar o usuário na situação de angústia.
Mercado
Em 2020, o pesquisador lançou sua própria marca, a Milbotix. A companhia disponibiliza o equipamento para demência em estágio inicial, pois ainda está em fase de testes. As meias para pessoas que vivem com demência em estágio intermediário ou avançado devem ser disponibilizadas para venda ainda em 2023.