Bolsonaro troca ministro de Minas e Energia após aumento no combustível
Foi confirmada nesta quarta-feira (11) a saída do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, no cargo desde o início do governo de Jair Bolsonaro, após novos aumentos do diesel praticados pela Petrobras - segundo publicação no Diário Oficial.
A decisão foi tomada "a pedido" do próprio ministro, de acordo com a breve nota assinada por Bolsonaro, que escolheu o até então assessor do Ministério da Economia Adolfo Sachsida para ocupar a pasta.
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Na última quinta-feira (5), Bolsonaro já tinha voltado a criticar a Petrobras, afirmando que o lucro da empresa é "um estupro", pouco antes da publicação dos excelentes resultados trimestrais.
O presidente pediu a Albuquerque e ao novo presidente da estatal, José Mauro Coelho, que não aumentassem os preços dos combustíveis, porque o lucro da empresa é "abusivo".
O Ministério não tem, contudo, incidência direta sobre as decisões da companhia, que é autônoma por lei e responde a seus próprios interesses institucionais e de seus acionistas.
Na segunda-feira (9), a Petrobras anunciou um novo aumento de 8,8% do preço do diesel, para se ajustar ao mercado internacional.
A imprensa brasileira atribui ao presidente Bolsonaro a decisão de afastar Albuquerque, que, segundo o jornal Valor Econômico, diferentemente da versão oficial, foi surpreendido por sua demissão.
As constantes altas nos combustíveis preocupam Bolsonaro, que tentará a reeleição em outubro deste ano.
Também foi ele que recomendou José Mauro Coelho para ocupar a presidência da Petrobras, logo depois de dispensar Joaquim Silva e Luna pelos aumentos que atingem diretamente o bolso dos consumidores.
Ex-funcionário do ministério de Albuquerque e considerado um dos homens de confiança de Bolsonaro, Coelho assumiu a direção da empresa em abril. Garantiu que não haveria mudança na política de preços, que segue a cotação internacional do petróleo, em disparada nos últimos meses pela guerra entre Rússia e Ucrânia.
A petroleira controla o mercado brasileiro e tem o Estado como seu maior acionista. Entre janeiro e março deste ano, registrou um lucro líquido de R$ 44,561 bilhões (em torno de US$ 8,605 bilhões), valor que seria 38 vezes maior do que o obtido no primeiro trimestre de 2021.