Depp afirma que acusações de agressão feitas por Heard são 'ultrajantes'
O ator Johnny Depp declarou, nesta quarta-feira (25), que foi "inimaginavelmente brutal" ouvir as acusações "ultrajantes" de violência doméstica feitas por sua ex-mulher Amber Heard, em uma batalha judicial em Fairfax, perto da capital americana.
"Nenhum ser humano é perfeito, claro que não, nenhum de nós, mas nunca cometi agressão sexual ou abuso físico na minha vida", disse o ator de 58 anos, em um julgamento que está chegando ao fim após seis semanas.
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No banco das testemunhas, Depp foi questionado por seus advogados como foi ouvir o depoimento de Heard.
"É uma loucura ouvir as terríveis acusações de violência, de violência sexual, que ela atribui a mim", disse o astro de "Piratas do Caribe".
"Todas essas histórias ultrajantes e escandalosas de que eu fiz essas coisas", disse ele. "Horrível, ridículo, humilhante, absurdo, doloroso, selvagem, brutal de uma forma inimaginável, cruel e tudo falso", disse ele ao júri.
"Tudo falso", reiterou. O ator afirmou que ninguém "gosta de ter que se expor assim e dizer a verdade", mas que precisava enfrentar "o que carrego, sem querer, há seis anos".
Heard e Depp foram casados de 2015 a 2017. Em maio de 2016, a atriz de 36 anos obteve uma ordem de restrição contra o então marido, alegando violência doméstica.
Em novembro de 2020, o ator iniciou um processo por difamação em Londres contra o jornal britânico The Sun por chamá-lo de "espancador de esposas".
Depp, três vezes indicado ao Oscar, perdeu o caso e processou Heard por um artigo de opinião da atriz publicado no Washington Post em dezembro de 2018, no qual Heard se descreveu como uma "figura pública que representa o abuso doméstico".
A atriz nascida no Texas não nomeia Depp no texto, mas ele a processou por sugerir que ele era um agressor e está exigindo 50 milhões de dólares de indenização.
Heard, a protagonista de "Aquaman", respondeu, pedindo 100 milhões de dólares e alegando que sofreu "violência física e abuso desenfreado" nas mãos dele.
Durante o julgamento, que começou em 11 de abril, Heard relatou vários abusos físicos e sexuais cometidos por Depp sob a influência de drogas. Ela afirmou ter sido agredida sexualmente com uma garrafa enquanto estavam na Austrália.
Depp afirmou que Heard era quem muitas vezes se tornava violenta e uma vez cortou a ponta de um de seus dedos jogando uma garrafa de vodca nele.
Nesta mesma quarta-feira, a modelo britânica Kate Moss, ex-namorada de Depp, negou a informação - mencionada em reportagens citadas por Heard durante seu depoimento - de que o ator a jogou escada abaixo.
"Ele nunca me empurrou, me chutou ou me jogou escada abaixo", disse a modelo, que testemunhou por Depp por videoconferência de Londres. Moss, 48, afirmou que teve um relacionamento romântico com Depp entre 1994 e 1998.
Também lhe perguntaram sobre um incidente ocorrido durante as férias do casal na Jamaica. "Estava chovendo e, ao sair do quarto, escorreguei pelas escadas e machuquei as costas", disse Moss.
"E eu gritei porque não sabia o que tinha acontecido comigo e estava com dor. Ele veio correndo me ajudar e me levou para o quarto e pediu atendimento médico."
O depoimento da modelo durou apenas três minutos e os advogados de Heard não quiseram interrogá-la.
Ambas as partes afirmam que suas carreiras em Hollywood foram prejudicadas.
A equipe jurídica de Heard trouxe ao tribunal um especialista da indústria do entretenimento que estimou que a atriz perdeu de 45 a 50 milhões de dólares em trabalhos de cinema e televisão e patrocínios.
Um especialista contratado pelos advogados de Depp afirmou que o ator perdeu milhões com as acusações, incluindo 22,5 milhões de dólares em uma sexta produção de "Piratas do Caribe".
A juíza Penney Azcarate marcou as alegações finais do caso para esta sexta-feira.
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