Mais uteis do que colecionáveis: a segunda vida dos NFT
Objetos digitais certificados, conhecidos como NFTs, foram rotulados de várias maneiras: para alguns é uma moda, para outros uma farsa. Mas os primeiros adeptos consideram que têm um futuro como ferramentas para negócios, saúde e artes, algo que vai além do mero colecionismo digital.
A onda de NFTs (tokens não fungíveis), que estourou há pouco mais de um ano, deu ao mundo obras vendidas por milhões de dólares.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Se trata de um formato digital associado a um objeto virtual considerado único, seja uma foto, animação, pintura, vídeo ou até mesmo uma música. É um certificado de autenticidade registrado em blockchain - cadeia de blocos -, a tecnologia que também serve de base para as criptomoedas.
Esse mundo florescente de ativos digitais abriu um novo mercado bilionário e provocou debates sobre sua utilidade no mundo real.
"NFTs são muito rudimentares no momento", de acordo com Sandy Khaund, fundador da start-up Credenza, que ajuda empresas que desejam adotar novas tecnologias de blockchain. Além do mundo da arte, "não têm muita funcionalidade ou utilidade", acrescentou.
No entanto, existe uma classe de ativos digitais que constroem uma ponte entre os mundos real e virtual.
A cadeia de cafeterias Starbucks, que se prepara para lançar os seus próprios NFTs, os considera um "ativo digital programável, que pode ser usado como marca e serve também como passe de acesso".
Possuir um dos NFTs da gigante do café abrirá o caminho para "experiências únicas", assim como uma "comunidade", uma nova visão de um programa de fidelidade do cliente baseado em blockchain.
No âmbito institucional, a pequena república de San Marino lançou em julho um passaporte de vacinação contra o coronavírus que utiliza a tecnologia NFT.
Enquanto o certificado digital europeu foi projetado apenas para a União Europeia, esse passaporte foi planejado para poder ser verificado em qualquer lugar, sem a necessidade de um aplicativo específico para celular.
Por sua parte, a Credenza conversa com equipes e ligas esportivas para desenvolver uma visão para NFTs multiuso.
Jenn McMillen, da empresa de marketing Incendio, citou a banda de rock Kings of Leon, que integrou a tecnologia em seu trabalho
Como parte do lançamento NFT de seu álbum "When You See Yourself", o grupo emitiu oito "bilhetes dourados". Cada um deles garante quatro lugares na primeira fila em todos os shows das suas turnês futuras.
"Para uma marca, você precisa pensar nas experiências mais envolventes, no acesso mais exclusivo ou em algo que definitivamente se tornará viral e depois trabalhar a partir daí", disse McMillen.
"A loucura é garantida pela escassez", acrescentou.
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