Protestos em Jerusalém deixam mais de 150 palestinos feridos e 400 presos
Polícia agrediu manifestantes que protestavam contra ocupação do território palestino; ações militares israelenses mataram pelo menos quatro pessoas nos últimos dias
08:42 | Abr. 15, 2022
Mais de 150 pessoas ficaram feridas nesta sexta-feira, 15, em confrontos entre manifestantes palestinos e policiais israelenses na Esplanada das Mesquitas de Jerusalém. Os distúrbios são primeiros no início do mês do Ramadã, e levantam temores de um novo surto de violência nos Territórios Palestinos.
Um total de "153 palestinos feridos foram transferidos" para hospitais de Jerusalém e "dezenas" foram tratados no local, disse à AFP um funcionário do Crescente Vermelho palestino. Por sua vez, a polícia israelense relatou três feridos entre suas tropas. Segundo uma ONG de defesa dos prisioneiros palestinos, cerca de 400 pessoas foram presas.
Os distúrbios começaram nesta sexta-feira, quando vários palestinos atiraram pedras. As forças de segurança israelenses responderam com balas de borracha e bombas de efeito moral contra os manifestantes.
Por volta das 04 horas (horário local), "dezenas de jovens desordeiros encapuzados", alguns acenando com a bandeira do movimento islâmico palestino Hamas, "começaram uma procissão" pela Esplanada das Mesquitas e atiraram pedras contra o Muro das Lamentações, disse a polícia israelense.
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Esses confrontos na Esplanada são os primeiros a serem registrados este ano durante o mês do Ramadã, um período de jejum e oração em que muçulmanos rezam na Mesquita de Al Aqsa, o terceiro lugar sagrado para o Islã. "Não há lugar para invasores e ocupantes em nossa sagrada Jerusalém", reagiu o chefe do escritório político do Hamas, Ismail Haniyeh, nesta sexta-feira.
"Não temos interesse em que o Monte do Templo se torne um centro de violência. Isso prejudicaria tanto os muçulmanos de lá quanto os judeus no Muro das Lamentações", disse o ministro da Segurança Pública israelense, Omer Bar-Lev. A Jordânia administra a Esplanada, mas o acesso é controlado por Israel. Pouco antes do início do mês do Ramadã deste ano, em 2 de abril, altos funcionários israelenses e funcionários jordanianos intensificaram as trocas para evitar distúrbios.
Os confrontos no coração de Jerusalém coincidem este ano com o início da Páscoa católica e da Páscoa judaica, o Pessach. Os protestos ocorrem após semanas de tensão em Israel e na Cisjordânia, território ocupado desde 1967 por Israel.
Desde 22 de março, Israel sofreu quatro ataques que deixaram 14 mortos. Dois deles foram reivindicados pela organização jihadista Estado Islâmico e outros dois foram perpetrados por palestinos da região de Jenin, no norte da Cisjordânia. Do lado palestino houve 22 mortes, contando os agressores.
A maioria das vítimas foi morta em operações do exército israelense na Cisjordânia, segundo uma contagem da AFP. Desde quinta-feira, quatro palestinos foram violentamente mortos em operações militares israelenses na Cisjordânia, segundo fontes oficiais palestinas.
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