Dois palestinos morrem em operação militar israelense na Cisjordânia

Tropas israelenses mataram dois palestinos nesta quinta-feira (14) na Cisjordânia, onde Israel vem realizando "operações antiterroristas" há uma semana, após uma série de ataques sangrentos no coração de Tel Aviv.

"Dois jovens morreram de ferimentos causados em um ataque israelense no distrito de Jenin" no norte da Cisjordânia, disse o Ministério da Saúde palestino em comunicado.

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Fontes médicas informaram que quatro pessoas ficaram feridas.

Por sua vez, o exército israelense indicou que continua com suas "operações de contraterrorismo" na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967, embora sem comentar as vítimas mencionadas por fontes palestinas.

"Durante a operação, dezenas de palestinos atacaram violentamente os soldados, dispararam contra as forças (israelenses) e lançaram explosivos contra eles, colocando em risco sua segurança", disse o Exército à AFP, acrescentando que "os soldados responderam com balas reais".

Segundo fontes locais, os dois palestinos mortos foram Mustafa Abu Al Rub e Shaas Kamamji, irmão de Ayham Kamamji, membro da Jihad Islâmica que fugiu de uma prisão de segurança em Israel em setembro com outros cinco detidos, antes de ser capturado.

O exército israelense lançou uma ampla ofensiva na Cisjordânia no sábado passado para prender suspeitos ligados a ataques anti-israelenses, especialmente depois que um homem de Jenin matou três pessoas no coração de Tel Aviv.

Na quarta-feira, o ministro da Segurança Interna israelense, Omer Bar-Lev, falou sobre as operações em Jenin, prometendo que sua "intensidade só aumentará".

Desde 22 de março, Israel sofreu um total de quatro ataques, os dois primeiros perpetrados por árabes israelenses ligados à organização jihadista Estado Islâmico (EI) e os dois últimos por palestinos da região de Jenin. Os ataques deixaram um total de 14 mortos.

Durante o mesmo período, as forças israelenses mataram 20 palestinos, incluindo os agressores, de acordo com uma contagem da AFP. Na quarta-feira, um advogado e dois jovens palestinos foram mortos em incidentes separados na Cisjordânia.

Em comunicado, a Jihad Islâmica, principal movimento islâmico armado depois do Hamas, qualificou estes dois jovens palestinos como "heróicos mártires", cujos funerais estão marcados para esta quinta-feira.

O primeiro-ministro israelense Naftali Bennett disse que deu luz verde às forças armadas para "derrotar o terror" na Cisjordânia, alertando que não haverá "limites" para esta guerra.

Por sua vez, o primeiro-ministro palestino Mohamad Shtayeh acusou soldados israelenses na quarta-feira de "matar por matar, sem a menor consideração pelo direito internacional".

Essa escalada de violência ocorre no auge do Ramadã, um importante feriado islâmico, e na véspera da Páscoa na sexta-feira, que também coincide com a Semana Santa para os cristãos, alimentando as tensões em locais sagrados em Jerusalém.

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