Começa o julgamento de ex-membro de célula do Estado Islâmico nos EUA

Nesta terça-feira (29), inicia-se a seleção do júri do julgamento contra um membro suspeito de uma reconhecida célula do Estado Islâmico (EI), acusada de sequestros e assassinatos, apelidada de Beatles.

El Shafee Elsheikh é acusado de estar envolvido no homicídio dos jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff e dos trabalhadores humanitários Peter Kassing e Kayla Mueller.

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Elsheikh, de 33 anos, e outro ex-cidadão britânico, Alexanda Amon Kotey, de 37, foram capturados em janeiro de 2018 por forças curdas na Síria quando tentavam escapar para a Turquia.

Os dois suspeitos foram entregues às forças americanas no Iraque e levados aos Estados Unidos em outubro de 2020 para enfrentar acusações de tomada de reféns, conspiração para assassinato de cidadãos americanos e apoio a uma organização terrorista estrangeira.

Kotey se declarou culpado em setembro de 2021 e foi condenado à prisão perpétua. Seu acordo de culpabilidade estabelece uma pena de 15 anos em uma prisão americana e logo depois ser extraditado para a Inglaterra onde vai enfrentar outras acusações.

Elsheikh optou por recusar as acusações e seu julgamento começa, nesta terça, em uma corte federal de Alexandria, Virgínia, no subúrbio de Washington.

O juiz T.S. Ellis disse que espera que a seleção do júri dure um dia com a abertura dos argumentos programada para quarta-feira. O julgamento deve durar entre três e quatro semanas.

Kotey e Elsheikh faziam parte de uma célula jihadista de quatro membros apelidada de "Beatles" pelos seus reféns devido ao sotaque britânico e estaria envolvida nos sequestros de, ao menos, 27 pessoas na Síria entre 2012 e 2015.

Os sequestrados, pelos quais alguns de seus países pagaram resgates para sua libertação, eram de, ao menos, 15 nacionalidades diferentes incluindo Estados Unidos, Dinamarca, França, Japão, Noruega e Espanha.

Os "Beatles" supostamente mataram e torturaram suas vítimas, incluindo por decapitação, e o EI distribuiu vídeos dos brutais assassinatos como propaganda.

O chefe da gangue, Mohamed Emwazi, conhecido como "Jihadi John", morreu em um ataque americano de drone na Síria, em 15 de novembro de 2015, enquanto que o quarto "Beatle", Aine Davis, está em prisão na Turquia após ser condenado por terrorismo.

Kotey, conhecido como "Ringo" pelos sequestrados e Elsheikh, apelidado de "George", supostamente, supervisionavam onde levar os reféns e coordenavam as negociações de resgate por e-mail, de acordo com as autoridades americanas.

Ambos também foram acusados de um "prolongado método de violência física e psicológica contra os reféns", incluindo afogamento, choques elétricos e execuções simuladas.

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