Conselho de Segurança da ONU rejeita resolução da Rússia sobre a Ucrânia

19:16 | Mar. 23, 2022

Por: AFP

O Conselho de Segurança da ONU rejeitou nesta quarta-feira (23) uma resolução apresentada pela Rússia sobre a situação humanitária na Ucrânia, que não menciona o papel de Moscou no conflito nem pede o fim imediato das hostilidades.

Com dois votos a favor, da China e da Rússia, e 13 abstenções, o projeto russo, cuja votação havia sido adiada várias vezes na semana passada, não foi aprovado, pois sem vetos precisava de nove votos favoráveis para sua aprovação.

A votação do projeto russo, co-patrocinado por Belarus, Coreia do Norte e Síria, ocorreu enquanto a Assembleia Geral analisava outro projeto de resolução não vinculativo, apresentado pela Ucrânia e promovido pelo México e França, também sobre a situação humanitária na Ucrânia.

"O projeto de resolução não foi aprovado", declarou a presidente do Conselho de Segurança e embaixadora dos Emirados Árabes Unidos, Lana Zaki Nusseibeh, que pediu um minuto de silêncio no início da sessão em memória da ex-secretária de Estado norte-americana Madeleine Albright, que faleceu nesta quarta-feira.

O texto russo, que em nenhum momento menciona seu papel no conflito, pedia "um cessar-fogo negociado para permitir uma evacuação segura, rápida, voluntária e desimpedida" de civis, e a necessidade de todas as "partes afetadas concordarem com pausas humanitárias".

Da mesma forma, o texto "condena os ataques contra civis e objetivos civis", incluindo "bombardeios indiscriminados" e pede que "todas as partes respeitem e protejam os civis e se abstenham de atacar, destruir" objetivos civis, em particular hospitais. Também defende o "caminho do diálogo e negociações."

"É inconcebível que a Rússia tenha a audácia de apresentar uma resolução pedindo à comunidade internacional que resolva a crise humanitária que (Moscou) criou", criticou a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield.

Mais de 3,5 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia e outros 6,5 milhões foram deslocados dentro do país desde que a invasão russa começou em 24 de fevereiro, segundo a ONU.

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