Ameaçada de default, Rússia enfrenta primeira rodada de pagamentos
A Rússia enfrenta nesta quarta-feira (16) a primeira rodada de pagamentos de títulos em meio à ameaça de default, com seus ativos no exterior congelados por sanções internacionais.
Nesta quarta-feira, a Rússia deve reembolsar 117 milhões de dólares de dois títulos em euros, o primeiro pagamento de uma série prevista para março e abril.
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Mas atualmente, em represália pela operação militar russa na Ucrânia, quase 300 bilhões de dólares das reservas da Rússia estão congelados em bancos ocidentais.
Na segunda-feira, o ministério das Finanças anunciou que emitiu uma "ordem de pagamento ao banco correspondente para pagar o valor de 117,2 milhões de dólares".
Um pouco antes, o ministro russo das Finanças, Anton Siluanov, havia ameaçado pagar as dívidas em rublos.
"As declarações de que a Rússia não pode cumprir suas obrigações em relação a sua dívida pública não correspondem à realidade", disse o ministro das Finanças na segunda-feira.
"O congelamento de contas em moeda estrangeira do Banco da Rússia e do governo pode ser considerado como o desejo de países estrangeiros de provocar um default artificial", acrescentou.
Se a Rússia cumprir a ameaça de pagar em rublos, começará um período de 30 dias após o qual o país será declarado inadimplente em sua dívida externa, pela primeira vez desde 1918, quando Lenin não cumpriu as obrigações do país.
Porém, há alguma ambiguidade a respeito da primeira data de vencimento de 16 de março, pois a situação é inédita.
Os analistas do JPMorgan consideram que os pagamentos devem ser possíveis.
O Tesouro dos Estados Unidos especifica que o pagamento de juros pode ser feito até 25 de maio de 2022 no caso dos americanos, em títulos emitidos antes de 1 de março de 2022 pelo Banco Central da Rússia, um fundo soberano russo ou pelo ministério das Finanças.
Após a data, precisarão de uma autorização para continuar recebendo estes pagamentos.
As sanções ocidentais paralisaram parte do sistema bancário e financeiro russo e provocaram uma forte desvalorização do rublo.
Um default corta automaticamente o acesso de um Estado aos mercados financeiros e coloca em risco sua rentabilidade durante anos.
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