Rússia ataca base militar ucraniana perto da Polônia
Pelo menos 35 pessoas morrem e mais de 130 ficam feridas no bombardeio, segundo autoridade local. Local alvejado fica a cerca de 30 quilômetros da fronteira polonesa
00:00 | Mar. 14, 2022
O governador da região de Lviv, Maxim Kosizky, disse que os russos dispararam mais de 30 mísseis de cruzeiro contra o campo de treinamento militar, localizado 30 quilômetros a noroeste da cidade de Lviv e 35 quilômetros da fronteira da Ucrânia com a Polônia. "Os ocupantes lançaram um ataque aéreo ao Centro Internacional de Manutenção da Paz e Segurança", escreveu Kozitsky. Segundo testemunhas, cerca de 25 ambulâncias foram acionadas para levar os feridos a hospitais.
Relatos de ataques em Ivano-Frankivsk
De acordo com relatos da mídia, não houve bombardeios na cidade de Lviv. Mas um alarme de ataque aéreo foi disparado. Lviv é um ponto de conexão para centenas de milhares de ucranianos que querem deixar seu país rumo a países vizinhos,por causa do ataque russo. Até agora, a cidade vinha sendo considerada relativamente segura. Alguns países chegaram a transferir suas embaixadas de Kiev para Lviv.
O prefeito de Ivano-Frankivsk, outra cidade no oeste da Ucrânia, relatou um ataque ao aeroporto local. "De acordo com informações preliminares, as explosões desta manhã vieram de um ataque ao aeroporto", escreveu Ruslan Martsinkiv no Facebook. Ivano-Frankivsk fica 100 quilômetros ao sul de Lviv.
Kiev sob cerco
Com ataques de vários lados, o exército russo está aumentando a pressão sobre a capital ucraniana, Kiev. De acordo com o conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podoliak, Kiev está em "estado de sítio". Povoados a noroeste da metrópole vêm sendo há dias abalados por fortes ataques.
De acordo com agências de notícias, os tanques russos estão agora avançando rumo a Kiev a partir da região a nordeste da cidade e também na área a nordeste do centro urbano. Segundo as autoridades locais, o aeroporto em Vasylkiv, 40 quilômetros ao sul da capital, foi destruído por ataques aéreos e um incêndio atinge um depósito de petróleo alvejado por foguetes. Sirenes também alertaram para ataques aéreos neste sábado nas cidades de Odessa, Dnipro e Kharkiv.
O exército russo bombardeou vários hospitais na cidade portuária de Mykolaiv, no Mar Negro, informou um repórter da agência de notícias AFP. Intensos ataques em Mariupol Neste sábado, tropas russas realizaram intensos ataques contra a cidade portuária de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, atingindo dezenas de prédios residenciais, segundo imagens de satélites.
Autoridades ucranianas relataram que os russos controlaram a periferia leste da cidade e apertaram seu cerco. Mariupol tem sido uma das localidades mais afetadas pelos ataques russos desde o início da guerra. A cidade de cerca de 430 mil moradores está sitiada e esforços para levar comida, água e remédios e para evacuar seus cidadãos foram frustrados neste sábado.
Mais de 1,5 mil pessoas morreram na cidade desde o início da guerra, segundo a administração local, e os constantes bombardeios interromperam esforços para enterrar os mortos em valas comuns. Novas imagens de satélite divulgadas pela Maxar Technologies neste sábado mostram dezenas de prédios de apartamentos de Mariupol severamente danificados. A DW não foi capaz de confirmar as fotos de forma independente.
Um jornalista da agência Associated Press testemunhou tanques atirando contra um edifício residencial de nove andares. "Eles estão bombardeando a cidade 24 horas por dia, lançando mísseis. É ódio. Eles matam crianças", disse o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, durante um discurso em vídeo.
A conquista de Mariupol seria útil para a Rússia criar um corredor terrestre até a Crimeia, região da Ucrânia que Moscou invadiu e controlou em 2014. De acordo com o Ministério da Defesa russo, mais de 3.500 instalações militares ucranianas foram destruídos desde o início da guerra, há mais de duas semanas. Esta informação não pôde ser verificada de forma independente. A Rússia afirma atacar apenas alvos militares. A ONU, por outro lado, tem informações sobre o uso ilegal de bombas de fragmentação por tropas russas na guerra da Ucrânia – inclusive em áreas povoadas. (DPA, AFP, AP)